A piada já um pouco estafada diz que Deus inventou os economistas para credibilizar os meteorologistas. É uma maneira de pôr em crise a competência dos primeiros para fazer previsões, que também deixa os segundos mal na fotografia. Um problema já devidamente dissecado por Sérgio Godinho: "Adivinhar o futuro/É muito duro, é muito duro/ Sai sempre o cálculo furado/ Adivinhar o passado/É mais seguro, é mais seguro/ Se bem que às vezes também sai errado". Os meteorologistas, temerários, puseram-se a adivinhar o defunto janeiro e concluíram que foi um mês quente: mais um cálculo furado, ou ciência certa do Instituto do Mar e da Atmosfera? Confira <a href="https://www.jn.pt/nacional/janeiro-foi-um-mes-quente-apesar-da-onda-de-frio-entre-dias-23-e-29-15808880.html" target="_blank">aqui</a> as explicações.
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O tempo é bom assunto quando não há assunto, mas nem será o caso, nesta quinta-feira. Afinal, foi dia de greves e protestos convocados pela CGTP, com duro impacto na ferroviária. Segundo a própria CP, até às 16 horas, só viajaram sete comboios dos 807 programados. Para o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a mobilização da central sindical foi "um bom sinal", face à emergência de "sindicatos ditos independentes" e "movimentos inorgânicos". Já o presidente do PSD, Luís Montenegro, viu nos protestos o "sinal do empobrecimento do país".
Esta quinta-feira também foi o dia de o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, discursar presencialmente no Parlamento Europeu, para angariar apoios para o campo de batalha e para pôr pressão sobre o processo de adesão à União. A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, não faz por menos: respondeu que o sacrifício da Ucrânia tem de ser recompensado com um processo de adesão "o mais rápido possível" e com todo o armamento pedido. A presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, disse-se impressionada com o progresso da Ucrânia no caminho da adesão à União Europeia (UE), adivinhando um relatório de Bruxelas lá para o outono.
Zelenski passara já por Londres, onde lhe prometeram aviões de guerra. Mas a mensagem não terá passado como gostaria o Governo britânico, que viu necessidade de vir esclarecer que não vai enviar no imediato aviões militares para a Ucrânia, admitindo essa possibilidade apenas a "longo prazo".
No site do JN veja também o noticiário atualizado das operações de resgate e socorro às vítimas dos sismos na Turquia e na Síria, onde a contabilidade das vítimas não para de crescer e há testemunhos impressionantes, como o de uma criança síria que, presa nos escombros, fez um vídeo com um telemóvel e diz que não sabe se vai sobreviver
Voltando aos dramas domésticos, chama-se a atenção para a notícia, publicada já ao final da tarde, que avisa que, para se cumprir a promessa do Governo de garantir creches gratuitas a todas as crianças, vai ser preciso "duplicar" o atual número de vagas.
E, do topo da pirâmide etária, a fotografia que o JN tem para lhe mostrar, em mais uma quinta-feira fria, também não é agradável: Lucinda Ribeiro tinha 89 anos e vivia ao cuidado do filho, de 49, na freguesia de Carvalhos, em Barcelos, e foi encontrada morta na sua casa, em 25 de junho de 2022; mais de sete meses depois, o filho foi detido por suspeita de homicídio.