Portugal acordou com o histórico e inédito feito da seleção feminina de Futebol que se apurou para o Mundial que se realiza este verão na Austrália e Nova Zelândia. Hoje podia ser dia da mulher, mesmo que faltem 15 dias para a data, pois infelizmente este 22 de fevereiro não fica só marcado pelo gigantesco feito da seleção: perdemos mais uma mulher para a violência doméstica.
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Os pés de Diana Gomes e Carole Costa garantiram a viagem de Portugal ao Mundial feminino de Futebol. A alegria espelhada nos rostos das jogadoras demonstra o quão foi difícil assegurar, nos últimos minutos, um sonho de vários anos que implicou viajar até ao outro lado do globo.
No entanto, ao mesmo tempo que milhares de portugueses elogiavam o feito destas guerreiras e as comparavam à seleção de CR7 e companhia, a violência doméstica fazia mais uma vítima escondida. Mulher, pois claro, tal como as mais de 90% de vítimas de violência doméstica de qualquer ano anterior a este. Desta vez foi em Gondomar, num apartamento do centro, por esfaqueamento. O "alegado" assassino, cônjuge, entregou-se e foi preso.
Também em Gondomar, concretamente em Rio Tinto e Baguim do Monte, uma mulher ateou cinco fogos em automóveis e provocou mais incêndios urbanos com recurso a "cocktails molotov" antes de ser detida pela Polícia Judiciária.
Os assuntos relacionados com criminalidade estão na ordem do dia, seja porque chegou ao fim o julgamento de primeira instância do processo que ficou conhecido como "e-toupeira", ou porque se ficou a saber que a rede europeia de fraudes que teve origem em Portugal investia os lucros de origem ilícita em casas de luxo.
Destaque, ainda, para outra realidade escondida. Aquela que se esconde por baixo do viaduto da linha de comboio em Campanhã e que a Adriana Castro contou em texto e em vídeo. São dezenas de imigrantes sem teto, numa altura em que se fala tanto de imigração e habitação, que só querem trabalhar no país que os acolheu. Ou que, em boa verdade, ainda não os acolheu.