Os milhões entregues pelo Estado ao Novo Banco são invariavelmente alvo de arremesso político sempre que os partidos reivindicam medidas como a redução do IVA da eletricidade ou investimentos no Serviço Nacional de Saúde e na educação. As notícias de negócios possivelmente dolosos para a instituição não abonam a favor da gestão, nem da credibilidade do banco, e reforçam os argumentos de que o investimento público podia ter sido menor, caso tivesse sido melhor gerido.
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Por isso, era incontornável que a Assembleia da República avançasse com mais uma comissão parlamentar de inquérito, desta vez ao banco que sucedeu ao BES. Os partidos aprovaram por unanimidade a proposta do BE. E por maioria, com voto contra do PSD, as da Iniciativa Liberal e do PS. A ver vamos se os deputados conseguem descortinar de quem é a culpa pelo Novo Banco parecer ser um buraco sem fundo...para os contribuintes.
Entretanto, soubemos esta sexta-feira que o défice das contas públicas aumentou. Até agosto registaram um agravamento de 6552 milhões em relação ao mesmo período de 2019. Segundo o Ministério das Finanças este aumento "evidencia os efeitos da pandemia da covid-19 na economia e nos serviços públicos, refletindo igualmente o impacto da adoção de medidas de política de mitigação", o que voltou a motivar um novo alerta (o terceiro esta semana) do presidente da República para a necessidade de o OE de 2021 ser aprovado na Assembleia da República.
Idealmente à Esquerda, disse, mas com um recado para Rui Rio de que, se for preciso, o deve viabilizar com a abstenção do PSD, mesmo que tenha que ir contra o partido (lembra que o fez três vezes enquanto líder da oposição).
Na pandemia, que faz parte da vida de todos nós, os números da infeção aumentam de dia para dia. Em 24 horas houve mais 899 novos casos, o número mais alto desde o recorde de dia 10 de abril (1516 notificações). Os números de doentes internados, em enfermaria e em cuidados intensivos não eram tão altos desde maio. Há surtos em Gaia, Vila do Conde e Póvoa de Varzim.
Uma nota ainda para o anúncio do Ministério da Saúde de que o preço dos testes de diagnóstico da covid-19 para 65 euros e para a campanha de vacinação da gripe para os grupos de risco prioritários que arranca na segunda-feira, para já só para os idosos dos lares, trabalhadores destas estruturas, profissionais de saúde e grávidas.