O horizonte é o mesmo: o ano de 2030. As realidades decorrem paralelamente e só aparentemente são intangíveis, porque tudo é economia e tudo conflui no mesmo: uma é da FAO, que se lança ao desafio alcançar "<a href="https://www.jn.pt/mundo/producao-agricola-tem-de-crescer-28-para-se-acabar-com-a-fome-ate-2030-14977392.html" target="_blank">a fome zero</a>"; outra é a do maravilhoso mundo virtual, dos avatares, das conexões virtuais e do dinheiro real, uma proposta do chamado metaverso, a que cada vez mais empresas e utilizadores aderem, num mercado que pode crescer cinco biliões de euros no próximo sete anos.
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Veja como o relatório "Perspetivas Agrícolas 2022-2031" - produzido, a meias, entre a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) - revela que a meta de eliminar a fome nos próximos oito anos não será alcançada se a produtividade agrícola mundial não aumentar em 28%, "três vezes mais do que cresceu na última década". E o tema ganha ainda mais relevância quando tanto se fala de segurança alimentar e da "guerra do trigo" desencadeada pela ofensiva militar russa na Ucrânia, que mantém bloqueadas milhões de toneladas de cereais de um dos maiores celeiros do Mundo.
Da ancestral produção agrícola ao inovador comércio eletrónico, anuncia-se, para a mesma década que se segue, a maior força industrial e económica (quase 2,5 biliões de euros), à frente de setores como a aprendizagem virtual (257 mil milhões de euros), a publicidade (196 mil milhões de euros) ou o gaming (119 mil milhões de euros).
Ao 126.º dia da guerra na Ucrânia acompanhe também, em direto, todas as incidências das mais recentes movimentações militares, bem como as partidas do xadrez geopolítico internacional, nesta quarta-feira que foi o segundo dia da reunião da NATO, em Madrid, onde a Aliança Atlântico, tudo o indica, vai aprovar o reforço de meios de meios no Leste da Europa e tropas em prontidão de combate (de 40 mil para 300 mil) e onde também será formalizado o convite para a adesão da Suécia e da Finlândia ao bloco militar do Ocidente.
Escalada semelhante só a deste país de brandos costumes, onde se sucedem e se banalizam as notícias de "miséria moral, que também merece reflexão", como ainda há dias disse o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a propósito do homicídio de Jéssica e de tantas outras tristes ocorrências, mais ou menos recorrentes. Ainda esta quarta-feira, "uma mulher foi assassinada pela filha", em Oeiras.
Todo um alarme que suscita e favorece as propostas mais justicialistas, mas para as quais ainda há um sistema de segurança eficaz: o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, decidiu não admitir o projeto de lei do Chega que visa introduzir a prisão perpétua no Código Penal em alguns tipos de homicídio, sustentando que "viola flagrantemente" a Constituição.
Da lei fundamental é que não se acha que deva chegar aqui: é que, se lhes chamam partes íntimas, supõe-se que os órgãos genitais devam permanecer no domínio da intimidade, para se preservar a anatomia intrínseca da devassa pública; todavia, o Tribunal da Relação de Lisboa não só o supôs como determinou e rejeição de um recurso de 26 arguidos do processo Hells Angels, validando a decisão do tribunal de julgamento em realizar "perícias às tatuagens dos 89 acusados", com exceção, lá está, das que estiverem nas zonas íntimas, não especificadas.
Da integridade epidérmica trataram de precaver os autores de um "assalto a uma feira de belas artes", em Maastricht. Um tratado de mimetismo, pelo visto: o vídeo circula nas redes sociais e mostra quatro homens com a mesma indumentárias (boinas, óculos, blazers...), presumivelmente reproduzida a partir das personagens da série da Netflix "Peaky Blinders"; dois foram presos, outros dois puseram-se em fuga.
Tudo isto e muito mais em www.jn.pt. Boas leituras!