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No futebol, ser o ponta de lança da seleção brasileira, sobretudo quando chega a hora da "Copa do Mundo", é uma das missões mais difíceis de desempenhar. A nível económico, é isso que Portugal quer ser. O ponta de lança do Brasil. Pelo menos foi essa a expressão utilizada por António Costa, quando se referiu ao papel que os empresários portugueses poderão desempenhar para facilitar os golos que o Brasil deseja marcar nas relações comerciais com a Europa.
"Já nos encontramos há mais de 500 anos. Temos a vantagem de falar a mesma língua, mas as novelas brasileiras foram permitindo compreender o sotaque brasileiro. Temos é pena de não falar com o vosso sotaque", afirmou António Costa, esta segunda-feira, em Matosinhos, na abertura do Fórum Empresarial Portugal Brasil, referindo-se à vontade de ver, finalmente, assinado o acordo comercial entre a União Europeia e a Mercosul: "O Brasil pode sempre contar com Portugal como um verdadeiro ponta de lança. Desta vez, tem que ser. Vamos trabalhar para concretizar esse acordo".
Na véspera de discursar na Assembleia da República, no contexto das comemorações do 25 de abril, o que causou polémica em função das declarações que tem feito sobre a guerra na Ucrânia, Lula da Silva passou pelo tema, ainda que ao de leve. "O Brasil está de volta para ser protagonista internacional. É por isso que estou a dedicar-me a tentar parar de falar em guerra e a construir a paz", referiu o presidente brasileiro, mantendo-se a incógnita sobre o que irá dizer amanhã sobre o assunto no Parlamento.
E já que é de assuntos controversos que se fala, a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior reafirmou que não chegou à tutela qualquer denúncia de assédio sexual nas universidades portuguesas. Elvira Fortunato revelou, em declarações à RTP, que está a trabalhar com a ministra Ana Godinho, na área do Trabalho, e com a ministra Ana Catarina Mendes, que tem a pasta da Igualdade, "para ver, face à dimensão que o assunto está a ter, o que se deve fazer a nível mais central". "O Governo trabalha em equipa e isto é um problema que nos envergonha a todos, portanto temos de ter tolerância zero", sublinhou.
Na véspera de mais um dia de luta dos professores nas ruas, uma greve dos trabalhadores da Administração Pública fechou dezenas de escolas em todo o país. A elevada adesão de assistentes operacionais e de pessoal de serviços administrativos provocou o encerramento de muitos estabelecimentos de ensino, em Lisboa, Porto, Setúbal, Viana do Castelo, Leiria e Coimbra, surpreendendo pais que não estavam informados da paralisação e que, de manhã, encontraram portas fechadas nas escolas.
Nos gabinetes em que também se decide a guerra na Ucrânia, a União Europeia acusou a Rússia de cinismo por convocar uma reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre o multilateralismo, considerando que Moscovo violou a Carta da organização com a invasão iniciada em fevereiro do ano passado. Na referida reunião, António Guterres sentou-se ao lado do ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, e criticou abertamente a ação de Moscovo. "A cooperação multilateral é o coração pulsante e a razão de ser das Nações Unidas", salientou o secretário-geral da ONU.
Voltando a Portugal, pode chegar a 14 mil o número de pessoas burladas com um falso passatempo do Jardim Zoológico de Lisboa. Em comunicado, a instituição alertou para o esquema fraudulento, criado através de uma página falsa de Facebook, na qual as pessoas se candidatavam a quatro bilhetes grátis para o dia de aniversário do Zoo. Os vencedores do suposto concurso teriam de indicar os dados do cartão bancário, a fim de serem cobrados dois euros em portes de envio da oferta dos quatro bilhetes.