Enquanto chove numas zonas do país, noutras o céu não larga uma gota de água. Enquanto uns desfrutam das férias, a Covilhã pede tréguas às chamas que lavram há mais de uma semana. A discussão sobre se <a href="https://www.jn.pt/local/noticias/guarda/guarda/especialista-em-incendios-diz-que-nao-ha-descoordenacao-no-fogo-da-serra-da-estrela--15095495.html?target=conteudo_fechado" target="_blank">há ou não descoordenação</a> no combate ao fogo ganha destaque, num debate que agora pouco importa à população.
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Ouvimos Sérgio Costa, presidente da Câmara da Guarda, esta manhã, a deixar um alerta: "A coluna de fumo está a ficar muito forte". Por precaução, centenas de pessoas já tinham sido retiradas das suas casas durante a noite e sete animais foram resgatados pela Associação Portuguesa de Busca e Salvamento, seis dos quais em estado grave. Ao final da manhã, a Proteção Civil reconheceu a complexidade do incêndio que deflagrou na serra da Estrela no passado dia 6 em Garrocho, no concelho da Covilhã, e que se alastrou para outras zonas da serra da Estrela.
O comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, explicou que a situação é complexa e que a prioridade é a estabilização do incêndio, um trabalho que disse ser difícil também devido às desfavoráveis previsões meteorológicas: espera-se que as temperaturas subam nas regiões do centro e sul do país a partir de quinta-feira.
Sobre as críticas feitas pelo presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, que defende que deveriam ser os bombeiros a tomar conta do combate inicial aos incêndios, André Fernandes respondeu que "existe um sistema de gestão de operações, devidamente implementado". Xavier Viegas, especialista em incêndios, também se pronunciou sobre o assunto e diz que não há descoordenação no fogo da Serra da Estrela. Garante que há "bastante acerto nas decisões" e que fatores como a seca, orografia e vento tornam difícil dominar as chamas.
Mais fácil - se assim podemos descrever -, foi a detenção do casal suspeito de um triplo homicídio em Bragança. Sidney Martins e Nélida Guerreiro estão em prisão preventiva por decisão do Tribunal de Audiência Nacional, em Madrid, depois de terem sido reconhecidos, no sábado, por um cidadão que chamou a polícia, quando os viu num McDonald's do Centro Comercial Valderaduey, em Zamora.
Terá sido o fim de um périplo de pelo menos dez assaltos violentos, em Portugal e Espanha, que lhes valeu a alcunha de "Bonnie and Clyde", o famoso casal de assaltantes, imortalizado no cinema.
Também esta terça-feira foram cerca de mil os trabalhadores da TAP que se uniram num protesto inédito em Lisboa. Numa marcha silenciosa, promovida pelos sindicatos, entre o Campo Pequeno e o Ministério das Infraestruturas, pilotos, tripulantes e técnicos de manutenção da empresa ergueram cartazes em protesto pela "rota de colisão em que a atual gestão colocou a empresa". "Se agora contratam a peso de ouro porque é que despediram?", podia ler-se numa das mensagens.
À chegada ao Ministério, os sindicatos entregaram um manifesto endereçado a Pedro Nuno Santos, dizendo que "a atual gestão tem mostrado várias vezes incapacidade para motivar e cativar os trabalhadores". A Comissão Executiva da TAP repudiou, em comunicado, "a constante tentativa de ataques à sua credibilidade e competência".
Mas no meio do tanto e do nada que ocupa os dias do tão relaxado mês de agosto, o país dorme. Em setembro resolve-se... Ou não.