Qual é, afinal, o preço da liberdade? De Santa Maria da Feira ao Catar, passando pela consciência individual de cada um, a pergunta anda, por estes dias, nas entrelinhas dos jornais e da sociedade.
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Na Feira, um condutor de 51 anos foi condenado a cumprir um ano e oito meses de prisão por ter tentado subornar, com duas notas de 50 euros, um GNR que o apanhara a conduzir alcoolizado. O tribunal local tinha suspendido a execução da pena, mas o seu longo cadastro levou, como conta hoje o JN, o Tribunal da Relação do Porto a reverter a decisão. Ao militar que o obrigou a soprar no balão, o arguido terá dito que "precisava muito da carta de condução", mas agora arrisca, caso a decisão transite em julgado, ficar por uns tempos sem a sua liberdade.
Igualmente incerto é o futuro de três ex-autarcas que, recentemente, foram constituídos arguidos num novo inquérito criminal relacionado com o incêndio numa coletividade que, em janeiro de 2018, matou 11 pessoas, em Vila Nova da Rainha, Tondela. O então presidente da associação está já a ser julgado.
Noutra geografia bem distinta, os futebolistas de Inglaterra e Irão aproveitaram a liberdade possível para, antes do início da partida entre as duas seleções, no Mundial do Catar, se ajoelharem (os ingleses) ou manterem o silêncio durante o hino (os iranianos) contra a opressão e o racismo.
O Mundial, que decorre num contexto político em que até as braçadeiras usadas pelos capitães das equipas são vistas como uma ameaça, está no seu segundo dia e contará mesmo com a presença do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. A luz verde foi dada, esta segunda-feira, por uma Assembleia da República dividida.
Já na Saúde, centenas de enfermeiros e secretários aguardam que a Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte pague os mais de 2,5 milhões de euros que lhes deve pelo desempenho que tiveram em 2021. A notícia faz hoje manchete no JN e já levou o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, a prometer que tal não se repetirá.
E se o rendimento influencia sempre o que qualquer pessoa poderá fazer no seu dia a dia, não menos importante é o que cada uma deseja fazer diariamente... incluindo com a roupa que já não quer. Só no ano passado, foram deitadas ao lixo mais de 230 mil toneladas de têxteis, em Portugal. A maioria é incinerada.
Boas leituras!