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Em dia de aprovação do Orçamento do Estado, após sete meses de navegação à vista e com eleições pelo meio que, sussurra ao ouvido a sensatez, eram evitáveis, mais um punhado de notícias boas.
Embora com várias exceções, o princípio do fim das taxas moderadoras começa a 1 de junho, garante decreto-lei esta sexta-feira publicado. A necessidade de uma referenciação prévia pela linha SNS24 ou pelos centros de saúde para contornar o pagamento da tarifa levanta receios entre os muitos que, nos últimos dois anos e tal, ficaram a conhecer de cor a música de espera do 808 24 24 24. Mas o caminho faz-se caminhando. Próximo passo desejado: o princípio do fim das propinas nas universidades públicas.
A notícia simpática seguinte vem da Segurança Social, que fechou abril com um excedente de 1 611,2 milhões de euros, tendo visto a receita efetiva crescer 642,5 milhões e a despesa efetiva encolher 742,6 milhões. Uma espécie de efeito secundário da lenta (lenta, lenta) dissipação do nevoeiro da pandemia e consequente terramoto económico.
A história da relação entre o Estado e a Coleção Berardo é um folhetim quase tão longo como este século. O passo mais recente, com a denúncia do protocolo entre o Estado e a Fundação Berardo, dá início ao processo de criação de um museu de arte contemporânea no Centro Cultural de Belém. Que poderá conter, ou não, o precioso acervo de Picassos, Duchamps, Mirós & etc. (os tribunais têm a palavra), juntando-se à não menos valorosa Coleção Ellipse, outra sobrevivente de naufrágios bancários que se encontra nas mãos de todos nós. Sejamos otimistas, imaginemos que é o princípio de uma boa notícia.
Esta sexta é o dia e a noite do meio do JN North Festival. Depois de uma sessão de arranque dominada por nomes nacionais e encabeçada pelos Linda Martini e Ornatos Violeta, desta vez o protagonismo vai para as múltiplas declinações da grande árvore do hip-hop, seguido das explosões eletrónicas dançáveis de Robin Schulz e Don Diablo. Boa notícia, pois então.
Não havendo bem que sempre dure, a noite de ontem trouxe a má nova do falecimento do teclista Andy Fletcher, fundador dos Depeche Mode, aos 60 anos. Partiu de morte natural. Há perto de duas décadas, em entrevista londrina com o autor destas linhas, Fletch falava com entusiasmo da sua equipa de sempre, o Chelsea, à época comandada por José Mourinho. Era o elemento mais discreto de uma banda que, num intervalo de tempo apreciável na fronteira entre os anos 1980 e 90, surfou daquelas ondas de sucesso do tamanho de estádios. É dessa fase imperial, ano 1993, que chega esta versão de "Personal Jesus".
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