As buscas da PJ no Novo Banco e a retirada de circulação de 80 viaturas dos bombeiros, do mesmo modelo de veículo que provocou um acidente mortal há dias, remetem para um velho ditado popular. Mas o dia fez-se também de tragédias (Tibete) e da morte de Jean-Marie Le Pen, o líder histórico de extrema-direita francesa.
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Portugal coleciona um sem número de casos de corrupção ou abuso de poder por parte de administradores de bancos. Desta vez o caso prende-se com alegados crimes, ainda por esclarecer de forma cabal, no Novo Banco (NB), a instituição que curiosamente resultou de uma cisão do BES em 2014, criando-se então um banco supostamente "bom" (o NB) e um "mau". Nesta terça-feira, foi tornada pública a destituição com justa causa de Carlos Brandão do cargo de membro do Conselho de Administração e responsável de Riscos do NB, com efeitos imediatos, após operações financeiras suspeitas. Poucas horas depois o Ministério Público, acompanhado pela PJ, já estava na sede do NB. O caso promete dar que falar.
O ditado popular "casa arrombada, trancas à porta" aplicar-se-á na perfeição a mais este escândalo bancário, mas também servirá para ilustrar um caso de natureza bem distinta. Após o despiste que vitimou um bombeiro de Odemira, a ministra da Administração Interna deu ordem para que sejam recolhidas nos quartéis todas as novas viaturas entregues no mesmo lote do carro acidentado. Ao todo, são 80 veículos que ficarão parados até nova ordem, uma vez que a viatura de Odemira já está inutilizada.
Como diz o povo, o importante é que haja saúde. Numa altura em que as urgências dos hospitais portugueses se enchem com doentes que padecem de infeções respiratórias, mais ou menos graves, vale a pena ter em mente que a pandemia de covid-19 poderá um dia repetir-se com outro vírus. No entanto, o pânico é desnecessário por agora. O aumento de casos de metapneumovírus humano (hMPV) na China fez soar os alarmes de todo o Mundo, com a ameaça de uma nova pandemia. Porém, ao contrário do SARS-CoV-2, este vírus é conhecido, existe há décadas e "não nos dá o arrepio do desconhecido". Segundo os especialistas, não há motivos para preocupação.
No plano externo, ninguém ficará indiferente à tragédia que já causou 126 mortes devido a um terramoto de magnitude 7,1 que abalou o Tibete, no sudoeste da China. De acordo com a AFP, que cita os meios de comunicação estatais, há ainda 188 feridos. A situação levou o presidente da China, Xi Jinping, a ordenar o lançamento de “todos os esforços possíveis para efetuar trabalhos de busca e salvamento” da população.
Menos trágica, e até eventualmente saudada por muitos militantes de Esquerda, foi a morte de Jean-Marie Le Pen, figura histórica da extrema-direita francesa, que pereceu aos 96 anos. A sua carreira foi marcada por provocações e declarações polémicas pelas quais foi condenado várias vezes, nomeadamente por negar crimes contra a humanidade. O JN elaborou um explicador e um perfil sobre uma figura tão polémica quanto incontornável da História. Sem dúvida que a extrema-direita cresceu muito na Europa depois do impulso inicial dado em França por Jean-Marie Le Pen e pelos seus fervorosos sucessores. Resta saber se esse incremento se deveu mais a contextos económico-sociais em vários países e menos a um pensamento ideológico populista e extremista de raiz gaulesa que contagiou outras nações do Velho Continente.
Boas leituras, aqui no seu JN, e bom resto de semana.