Há vestidos como novos num showroom com atendimento personalizado, lojas de aluguer de smokings que vão de vento em popa, alianças que nascem a partir do ouro que já existe na família, e um universo online onde os anúncios de artigos usados para casamentos abundam em plataformas como a Vinted. A tendência tem vindo a crescer, à boleia da corrente do sustentável - que se estende a vários serviços da festa - e dos preços mais baixos.
Corpo do artigo
Era 1 de junho, Patrícia Simões subia ao altar aos 50 anos, num vestido branquinho, todo trabalhado na parte de cima, com missangas e pequenas lantejoulas, e de saia fluida em baixo, que não prendia os movimentos da antiga bailarina de contemporâneo que muito queria dançar no seu casamento. Comprou-o em segunda mão. Orgulhosamente. E o assunto nem é tema. "O sentimento de querermos uma coisa nova desfaz-se quando começamos a comprar roupa em segunda mão. Mesmo num vestido tão especial, desde o primeiro momento em que o vesti, senti que era para mim, era eu que estava a vesti-lo naquele momento." Patrícia há muito que mergulhou no universo do sustentável, compra roupa em segunda mão, em feiras, na Vinted, nas lojas Humana. Sempre foi de se vestir fora da caixa, cheia de cor, sem se vergar às tendências, faz-lhe até confusão entrar numa fast fashion. "Aí sinto que estamos todos a comprar roupa igual, quase parece uma farda."
Ainda assim, se recuar no tempo, desde gaiata que adorava vestidos de noiva, que espreitava as lojas e se imaginava, fascinada, um dia a escolher o seu, longe de pensar que seria em segunda mão. Só que chegado finalmente o dia, a história escreveu-se sozinha. Já seguia nas redes sociais a Bridal Stories, loja de vestidos de noiva em segunda mão, muito antes de ponderar casar. E quando decidiu trocar alianças pela primeira vez, cerca de três anos depois de se separar do pai da filha, com quem não era casada, tinha de ir lá. Não foi a mais nenhuma loja. "Claro que vi alguns vestidos, pesquisei no Pinterest, a minha filha ajudou-me. Mas eu e o meu marido somos muito descontraídos, a história do casamento até começou com a ideia de um churrasco, a minha filha é que insistiu para fazermos uma festa como deve ser." Antes de avançar, ainda perguntou ao noivo se "tinha algum problema" com o facto de comprar um vestido usado. Não tinha.
Patrícia Simões lembra-se de ter preocupações sustentáveis desde jovem e há muito que compra roupa usada. Na hora de casar, foi a uma única loja: a Bridal Stories. Logo na primeira visita, escolheu o vestido, que sofreu ajustes para o grande dia. Trocou alianças a 1 de junho e, ainda na lua de mel, decidiu vender o vestido
"Não estava à espera de logo na primeira visita escolher o meu vestido, ainda para mais de uma marca que já adorava. Agendei uma hora e, mal entrei na loja, pensei "uau, há imensa diversidade". Além disso, se quisesse tirar uma manga, subir uma saia, era possível. A dona, a Teresa, ouve-nos, mostrou-me logo modelos que achava que eu ia gostar." Patrícia foi com a mãe e a irmã à primeira prova, a segunda prova já foi só dedicada aos ajustes com a costureira, dessa vez foi com amigas. E, claro, o preço também pesou. "Não foi essa a minha motivação, mas, quando vi o preço, foi uma agradável surpresa. Paguei 800 euros, mais os arranjos. Ainda recebi um cartão com um texto da primeira noiva que o vestiu, de alguém que foi feliz naquele vestido a desejar-me toda a felicidade."
Na verdade, Patrícia, quase sem saber, foi sustentável em muitas outras decisões. Escolheu uma quinta que fica ao fundo da sua rua, em Alcochete, a fugir às longas deslocações. Uma celebração pequena, menos de meia centena de convidados, só família e amigos próximos. "A minha irmã é que desenhou o menu, além de que os convites foram todos feitos à mão por ela", conta. Para as lembranças, "não queria cá bugigangas", ofereceram uma suculenta. Nada de descartáveis na festa, nem sequer os guardanapos, e as sobras da comida foram reaproveitadas. As flores campestres da decoração também foram distribuídas no final pelos convidados. No fim de tudo, ainda na lua-de-mel, Patrícia decidiu vender o vestido. "Ia deixá-lo guardado numa caixa? Ou deixá-lo para a minha filha? Não me parece. É tão bonito, fico feliz de um dia imaginar que alguém o vai vestir."
O vestido está de volta à Bridal Stories, já foi usado por três noivas, está à espera da quarta. Teresa Simões é a criadora da loja, começou a amadurecer a ideia em 2020. "Gosto muito de economia circular, já tinha tido um projeto anterior de roupa de segunda mão e, na pandemia, comecei a pensar em artigos que eram usados poucas vezes, que não tinham muita rotação. Os vestidos de noiva encaixavam. Ao pesquisar, percebi que este conceito estava difundido lá fora, mas cá não havia nada do género. Estava muito cingido ao OLX e ao Marketplace do Facebook, não havia ninguém a fazer uma curadoria ativa, para garantir a qualidade dos artigos."
Nascia assim o projeto, em 2021, em Lisboa, que tem vindo a crescer na procura de ano para ano. Um showroom de vestidos de noiva usados, onde é possível ter toda a experiência típica de uma loja. "As noivas querem ser aconselhadas, querem trazer convidadas, e isso tudo é diferente de comprar online."
O processo é apertado, não aceita tudo, há sempre uma avaliação, para estar na loja o vestido tem de estar "em muito bom estado ou novo". Teresa chama-lhe "preloved", em vez de "secondhand", "a ideia é mostrar que esta peça foi pré-amada, que tem uma história". Vai tentando ter sempre modelos diferentes, vários tamanhos, cada vestido adota o nome da noiva que o está a vender. Ainda há o outlet, com vestidos novos, que chegam diretamente de lojas. Além dos vintage, "peças com 20 anos, mas que ainda estão em boas condições".
A ideia para criar a Bridal Stories, loja de vestidos de noiva em segunda mão, nasceu na pandemia e ganhou forma em 2021, em Lisboa, pelas mãos de Teresa Simões. Só vende vestidos em muito bom estado e oferece toda a consultoria, procura conhecer as noivas, ajuda-as no processo de escolha e é sempre possível fazer arranjos e adaptações
Tanto para comprar, como para pôr à venda, funciona tudo por marcação, através do site. "Ofereço toda a consultoria, as noivas podem ter o seu momento com as amigas, servimos uma taça de champanhe se disserem "sim" ao vestido, que pode sempre sofrer arranjos, adaptações. Tivemos uma cliente que cortou o vestido ao meio e a parte de cima fez-se nova com a reutilização de um laço gigante." Teresa é apaixonada pelo que faz, fala pelos cotovelos, domina a área. O atendimento personalizado e familiar, num espaço privado, é fator de peso para as noivas. Além, claro, do preço: os vestidos novos ficam entre 25% a 30% menos do que o preço original, os usados ficam entre 50% a 70% abaixo.
Mas o que leva alguém a vender? "É sobretudo devido ao espaço que ocupa, vivemos em casas cada vez mais pequenas. Há um processo de desapego, que leva em média um ano, porque também têm pena de o vestido estar ali parado", refere Teresa. Para comprar, a questão da sustentabilidade e do valor entram em jogo. "Para muitas noivas, não faz sentido gastar tanto dinheiro num vestido que vão usar nem 24 horas. Além disso, se pensarmos bem, é a peça mais insustentável que podemos ter. Porque nunca mais a vamos usar."
As noivas que compram em segunda mão, diz, "são tão ou mais exigentes". "Querem um vestido bom, que lhes assente e têm mais atenção aos defeitos." Recebe clientes de todo o país, muitas também do estrangeiro, de todos os cantos do Mundo. "No fundo, é a reinvenção da tradição de passagem do vestido da mãe para a filha, num conceito mais alargado. E tem vindo a crescer, acredito que o pináculo do negócio vai ser daqui a dois anos."
Da sustentabilidade ao preço
Talvez Teresa tenha razão nas previsões, a sustentabilidade e a poupança entraram no mercado dos casamentos e começam a dominar as opções de muitos noivos. Ainda há muita ostentação e o vestido continua a ser uma peça muito emocional, é certo, mas a tendência do usado é confirmada por Cristiana Simões, CEO da plataforma de casamentos Simplesmente Branco, blogue que disponibiliza uma seleção de fornecedores para a festa. "A segunda mão foi sempre muito mais usada fora do país, Portugal nunca aderiu muito. Mas, nos últimos três ou quatro anos, começou a ganhar força cá, também no setor dos casamentos." Sobretudo, aponta, nos vestidos, e especialmente reutilizando o vestido da mãe ou da avó, com adaptações. No caso dos homens, funciona mais o aluguer do smoking ou fraque.
Os números parecem indicar isso mesmo. O mundo online enche-se, cada vez mais, de anúncios de artigos usados para casamento - numa pesquisa rápida, encontram-se desde ligas a véus ou até vestidos a começar nas poucas dezenas de euros. A Vinted, plataforma de compra e venda em segunda mão, não cede dados sobre categorias específicas, mas, à "Notícias Magazine", adiantou que, em 2024, em Portugal, o número de anúncios de vestidos de noiva foi 32 vezes superior ao número de anúncios de fatos de casamento. Os meses com mais anúncios e vendas na categoria de vestidos de noiva foram maio, junho e julho.
Mas a preocupação com a sustentabilidade vai para lá da roupa, estende os tentáculos a várias áreas da festa. Hoje, opta-se por casamentos mais pequenos, por convites digitais, por quintas com selo green e que não fiquem muito distantes, pela reutilização de flores usadas no dia anterior noutro evento ou pelo recurso a flores secas na decoração, às vezes até são os próprios noivos a fazer as decorações à mão. Corta-se em tudo o que é descartável, no número de menus impressos e doam-se as sobras de comida no final da festa para não haver desperdício. "Efetivamente, o público que está a casar agora é mais consciente ambientalmente e os profissionais que trabalham no setor já têm esta preocupação", sublinha Cristiana Simões.
Porém, a motivação é também muito financeira. "Obviamente, há uma quebra no orçamento, porque existe uma crise económica na classe média. Tudo está mais caro e, por isso, tem-se vindo a procurar alternativas nos serviços e a reduzir nos convidados. Antes, um casamento bom de cem pessoas ficava numa média de 20 a 25 mil euros. Hoje em dia, diria que vai para os 35 a 40 mil."
Hélder Fernandes vai casar a 15 de agosto, com um orçamento apertado, e foi sobretudo o preço que o levou a procurar alternativas à compra de um fato novinho em folha - além de saber que nunca mais o irá usar.
Hélder Fernandes sabe bem disso, desde que decidiu casar que anda a fazer contas à vida. Tem um orçamento de cerca de nove mil euros, "não dá para ser mais caro", e toda a poupança conta. Vai trocar juras de amor com Catarina a 15 de agosto, na igreja, casamento católico como sempre sonharam. "Depois, a festa será numa quinta, vão ser apenas 50 convidados, porque tivemos de cortar. Será essencialmente família e os amigos mais íntimos." Tendo isso em conta, na hora de escolher o fato, o preço foi fator determinante. "Andei à procura em sites e percebi que rondavam os 700 euros. Pensei que não fazia sentido, para usar só uma vez. Porque não vou usar mais o fato e depois ia estragar-se com o tempo." Pôs-se a navegar os mares da Internet, foi então que esbarrou na hipótese do aluguer. "Ficava por metade do preço e não ficava com um fato encostado no armário." Hélder até podia voltar a usar o fato no casamento de algum amigo, mas habitualmente resolve a questão com umas calças e uma camisa, num registo menos formal.
Acabou por descobrir a loja Vou Casar, de aluguer de fatos e vestidos, em Setúbal, e arriscou. "Consegui um fato por 350 euros. Para a ajuda que me deram na loja, para a qualidade do fato e ainda os ajustes que foram feitos, valeu a pena." Ainda por cima, destaca, o fato é novo. "Debati o assunto com a Catarina e ela concordou. Há pessoas que gostam de ficar com estas recordações, mas para nós não faz sentido, vou casar por causa do sacramento, não por causa dos bens materiais."
De facto, o mercado de venda em segunda mão de fatos de noivo não parece ser tão efervescente, para os homens é o aluguer que reina em matéria de usados. Brígida Ribeiro, dona e gerente da Vou Casar, tem poucas dúvidas de que "as novas gerações estão muito mais disponíveis para o aluguer". A loja já vendia vestidos e fatos para noivos quando começou a apostar neste ramo em 2008, no auge da crise, à boleia de exemplos do Brasil. "Atualmente, 70% do negócio já é aluguer", revela. A procura cresceu na pandemia e nos últimos três anos disparou. "As pessoas estão mais desprendidas, a mentalidade mudou. E vai-se notando a crise económica. No caso dos homens, muitas vezes querem um fato muito diferente para casar, que depois fica parado. Um fato de 700 euros consigo alugar por 90 ou 100 euros e eles preferem. Além de que dá sempre para fazer ajustes."
Decidiu alugar a fatiota na loja Vou Casar, em Setúbal. Brígida Ribeiro, a dona do espaço, garante que o aluguer de vestimentas por noivos e noivas tem vindo a crescer exponencialmente. Aluga inclusive fatos e vestidos por estrear
Na loja, fazem-se inclusive alugueres em primeira mão, de fatos acabados de chegar da fábrica. O mesmo acontece com as noivas. "Por exemplo, uma noiva escolhe um modelo, manda-se fazer à medida, o vestido é completamente novo e aluga-se na mesma." Brígida trabalha com um fabricante em Espanha, também tem um ateliê com três modistas. Há até a possibilidade de levar um desenho para se fazer de raiz só para alugar. "Porque, no fundo, esse vestido pode voltar a ser alugado."
Reutilizar ouro de família para as alianças
Rita Teixeira não alugou o vestido para o grande dia, mas comprou um usado. Vai casar a 6 de setembro, com o namorado que conheceu na pandemia através do Instagram. Tem 32 anos, sempre lhe fez confusão a compra desenfreada de roupa que, muitas vezes, "só se usa uma vez". "Comprar em segunda mão já é uma prática na minha vida, essencialmente na Vinted. Não é a 100%, mas estou a tentar fazer essa mudança." Na hora de escolher o vestido, ainda andou a visitar lojas tradicionais, não queria comprar online, é um dia demasiado especial, queria toda a experiência da escolha. Até que, às tantas, descobriu a Bridal Stories. "Foi muito por ser mais sustentável, mas em cima disso há um atendimento personalizado e o preço é uma mais-valia. O vestido que comprei é de ateliê, ainda não acabamos os arranjos, mas vai ficar por menos de mil euros. E sinto que é novo." Rita não escolheu à primeira, só se decidiu na segunda vez que foi ao showroom. "Dessa vez tinham chegado mais vestidos e, quando vesti o eleito, parecia que tinha sido feito para mim. Estava justo ao meu corpo, só tem de se fazer a bainha. Tive logo a ideia de como era o resultado final, foi uma sensação incrível."
O noivo não estranhou a decisão, o pai é que ficou mais surpreendido. "Mas isso está em bom estado? Perguntou-me ele. A verdade é que está. Estou mesmo contente." E sim, as medidas sustentáveis no casamento de Rita não se ficam pelo vestido, os convites foram digitais, não há lembranças para os convidados. "O copo-d"água vai ser buffet e estamos a fazer um esforço para que não haja excessos." E para as alianças, derreteram ouro que tinham de família, deixado pelos avós, para as fazerem. "Até porque tem muito mais significado fazermos as nossas alianças com esse ouro. Também vou usar uma joia da minha avó, uma pulseira."
Marta Maçarico, na sua oficina de joalharia, onde derrete ouro que os noivos lhe levam, para lhes dar nova forma e criar alianças. O conceito do ateliê de Marta, em Torres Vedras, foca-se muito no valor simbólico de se usar ouro de família
Olhemos, pois, para o universo das alianças. Na ourivesaria de ouro usado Ducado Jóias, no Porto, Paulo Lobo, o proprietário, admite que a procura cresceu para casamentos. "Sempre tivemos procura, seja para alianças, seja para anéis de noivado, mas houve um aumento nos últimos anos, motivado essencialmente pelo preço." O ouro teve uma valorização exponencial nos anos recentes, isso ajuda a explicar o fenómeno. "Uma aliança usada custa 50% menos do que uma aliança nova. E, na verdade, está como nova, porque mandamos à nossa oficina onde são todas limpas, polidas." Porém, parece haver, de facto, outra tendência a ganhar força, a de derreter ouro de família para fazer alianças, tal como Rita Teixeira fez. Na oficina de joalharia de autor de Marta Maçarico, em Torres Vedras (em breve vai mudar-se para a Lourinhã, para um espaço maior), o processo leva cerca de cinco horas. Os noivos chegam, primeiro derrete-se o ouro, depois sentam-se na bancada e cada um cria a sua própria aliança.
O projeto, conta a joalheira, nasceu por força da procura. Mas comecemos pelo princípio. Marta abriu, em 2019, a sua empresa de joalharia e de conservação e restauro, inspirada pela avó, "senhora muito humilde, mas muito fina na forma como se arranjava, sempre com os seus colares de pérolas". Foi caminhando devagarinho, até que no seu casamento decidiu usar o ouro que recebeu ao longo da vida, nos batizados, nas comunhões, para criar as alianças. "Contei o processo nas redes sociais, não numa perspetiva de negócio, mas foi uma partilha tão íntima que as pessoas gostaram e a procura escalou." O restauro de património ficou para trás, a joalharia começou a ganhar dimensão, decidiu dedicar-se só a esta área.
"Muitos noivos começaram a vir ter comigo, de norte a sul, até do estrangeiro. Percebi que a minha história fazia sentido para outras pessoas, que muitos jovens como eu tinham ouro de família. Então para quê fazer um novo investimento se já temos a matéria-prima? Ainda por cima, com um lado emocional. Recebo casais que vêm pelo valor emocional do ouro, outros pela questão sustentável e outros pelo preço." Os noivos fazem uma marcação e levam-lhe pulseiras, medalhas, brincos, algumas peças com grande valor simbólico. Pesa-se o ouro, avalia-se o que faz sentido derreter de acordo com a espessura que pretendem, e fazem-se as alianças. "Há coisa mais bonita do que pegar em ouro de família e transformar numa peça que vai ficar para sempre? O meu conceito acabou por se tornar muito na preservação do que os antepassados nos deixaram", explica.
Rita Teixeira, que vai casar em setembro, e na busca pelo vestido perfeito, acabou por descobrir a Bridal Stories. Comprou em segunda mão, muito por ser uma opção mais sustentável, mas também pelo atendimento personalizado e pelo preço mais baixo
Há casais que lhe pedem a gravação da impressão digital na aliança, faz tudo manualmente no ateliê, de forma artesanal, sem recorrer a maquinaria. O preço, esse, é muito mais em conta. "O que faz variar os preços são os quilates. Há alianças nas ourivesarias com nove quilates. Mas o ouro que temos de família, de há 30 anos, tem muito mais. Quando derreto, a percentagem de ouro está lá toda, consegue-se uma aliança de 19 quilates. Em média, por 450 euros, faço duas alianças, ao gosto dos noivos, com a grossura que querem, tudo." Não raras vezes, basta derreter um colar para fazer duas alianças. "No final, não só é sustentável e mais barato, como os noivos sabem que estão a usar ouro da avó ou da mãe."