São médicos, psicólogos, nutricionistas. E acumulam milhares de seguidores nas redes sociais. Surgem de bata despida, a falar numa linguagem simples, a responder a dúvidas, a dar dicas. Com o peso da responsabilidade que sabem ter. O fenómeno já está enraizado, e caminha a par dos riscos, mas a regulamentação tarda.
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Estávamos em 2019, Tânia Graça sentava-se no chão do quarto, uma pilha de livros servia de suporte à câmara, ainda juntou umas velas, e assim se estreava nos vídeos para o Instagram. Se percorrermos a página até aos primórdios, um dos primeiros vídeos abordava o tema das relações sexuais de qualidade. Hoje, o seu nome é reconhecido, é psicóloga, sexóloga, um fenómeno nas redes sociais, mais de 380 mil seguidores, presença assídua nos média. Mas naquela altura estava só a dar os primeiros passos. "Já era psicóloga, já trabalhava, estava a fazer mestrado em Sexologia, e comecei a consumir muito conteúdo no Youtube, especialmente brasileiro, de profissionais de saúde mental. Comecei a perceber que também podia transmitir o meu conhecimento e usar estas plataformas para chegar a muitas pessoas. Sentia que tinha coisas para dizer que podiam ser úteis a alguém", rebobina. Primeiro, era só para amigos e família, mas os seguidores começaram a chegar em catadupa, o interesse a despertar, as visualizações a multiplicarem-se. "Como filha da nossa sociedade, tinha receio de como os temas de sexualidade seriam recebidos, do julgamento." Começou sorrateiramente, foi abordando o prazer, os direitos das mulheres, e "a página foi crescendo".
Até que a pandemia aterrou em força, "o facto de tanta gente estar em casa com tempo ajudou", e Tânia falou sobre masturbação, sobre gestão dos espaços em casa para casais. Foi então que choveram convites para a televisão, para a rádio (ainda criou o podcast "Voz de cama" com Ana Markl na Antena 3), uma coisa alimentou a outra. "Nunca imaginei que ia tomar as proporções que tomou. Fui-me profissionalizando, já não gravo numa pilha de livros", comenta. Agora, a caixa de mensagens está sempre a rebentar pelas costuras, centenas de perguntas, sobretudo de mulheres jovens, o seu maior público. Talvez a mais comum seja "não consigo ter orgasmo por penetração, tenho algum problema?". É impossível responder a todas, houve até uma altura em que isso lhe causava ansiedade e culpa. "Queria ajudar, retribuir o carinho, mas tive de aceitar que não é possível." Adotou uma estratégia: quando faz vídeos, tenta responder às dúvidas mais frequentes que lhe chegam. E, claro, a gestão das redes sociais passou a ser parte do trabalho, a par das consultas. "São uma via de fazer educação sexual, nunca é tempo perdido. Se me ocupa muito? Sem dúvida. Mas não sinto que é um extra."
Faz stories diariamente, publica vídeos ou posts escritos três a quatro vezes por semana, é ela quem grava, quem edita, quem escreve. Ainda tem uma equipa, que é a sua agência, a ajudar a gerir uma agenda carregada, entre entrevistas e negociação de parcerias com marcas. A publicidade, aqui, é um ponto relevante. "Tiro rentabilidade do Instagram, mas a maior parte não é de publicidade. É porque o Instagram me leva a outros lugares, nomeadamente câmaras ou empresas que me contratam para palestras." Mas as marcas também entram. "Têm é de estar muito alinhadas com os meus valores, com o meu conteúdo. Sou embaixadora da Durex, por exemplo. Também faz sentido para mim falar sobre cuecas menstruais ou copos menstruais. Mas já disse muitas vezes que não a marcas." O Código Deontológico da Ordem dos Psicólogos prevê situações de conflito de interesses, Tânia sabe disso. "Não posso usar a minha profissão para ludibriar as pessoas. E uma coisa que para mim é essencial é assinalar, no post, que é uma parceria remunerada quando se trata de publicidade."
Esse é um ponto que Sofia Ramalho, bastonária da Ordem dos Psicólogos e recém-eleita presidente da Federação Europeia de Associações de Psicologia, sublinha. "Há sempre uma dimensão ética associada na publicidade a produtos e serviços, mas estando indicado que se trata de publicidade, não é tão questionável." A verdade é que a Ordem dos Psicólogos não tem regulamentação para as parcerias comerciais e redes sociais, há só um conjunto de recomendações. "Tem de haver o cuidado de não fazer publicidade enganosa ou que vá contra o Código de Ética da nossa profissão", sublinha. Está-se a trabalhar, neste momento, em Portugal e a nível europeu, para criar legislação nesta área. O que não significa que a bastonária não veja vantagens na presença dos profissionais nas redes, "para promover a literacia em saúde mental e psicológica". "Têm é de respeitar um conjunto de regras, porque está em causa a saúde pública dos seguidores. Primeiro, limitar a partilha de informação à sua área de conhecimento. Depois, ter uma comunicação profissional, claro que com uma linguagem acessível, mas usando exemplos baseados na ciência. E acautelar o impacto da informação transmitida." Não é possível controlar tudo o que é publicado por psicólogos, mas sempre que há uma denúncia de má prática, há um Conselho Jurisdicional da Ordem para a avaliar.
Tânia sente o peso da responsabilidade, é inevitável, é sexóloga, profissional de saúde. Procura publicar sempre informação fundamentada. "E que seja aplicável à população em geral, porque foi estudada para isso mesmo. Nos últimos dois ou três anos, também tenho mais atenção à forma. Porque há temáticas que são polémicas e quando comecei era mais explosiva, zangada a abordá-las. Agora, foco-me mais nos dados, nos números, tento ser mais pedagógica."
Nas redes, ainda partilha coisas da sua vida, a Ordem não o recomenda, mas isso ajuda-a, garante, a conectar-se às pessoas. "Nunca é nada que interfira com o meu trabalho. Mas se for de férias, provavelmente vou partilhar. Ninguém está nas redes só para aprender, as pessoas querem entreter-se e mostrar este lado também leva a que tenham mais predisposição para consumirem os conteúdos educativos que tenho." Tânia tornou-se de tal forma popular que a procura por consultas disparou, recebe pedidos diários, não consegue dar vazão, encaminha para colegas de confiança, a sua agenda há muito que está fechada. "Isto é um sinal de que há menos estigma nesta área e acho que o facto de termos mais profissionais a divulgar conhecimento faz a diferença." Com uma ressalva, é psicóloga e sexóloga em primeiro lugar. "Claro que também sou influencer, mas só na medida em que uso o meu conhecimento para influenciar positivamente. A influência responsável faz falta nas redes sociais, nunca será demais."
Médicos nas redes e o risco de pessoas não habilitadas
Tânia Graça não está sozinha, longe disso, os profissionais de saúde são, hoje, uma presença massiva no digital. Surgem de bata despida, a falar numa linguagem simples para o público. São de todas as áreas. Da estética à fisioterapia, da nutrição à pediatria. É um mundo infinito. Muitos viraram estrelas no Instagram, no TikTok, tornaram-se autênticos influenciadores. Hugo Rodrigues é um desses casos, admite ser já um influencer, tem quase 270 mil seguidores no Instagram, acumula milhões de visualizações nos vídeos que partilha. "Sinto isto como uma responsabilidade boa", refere. Mas a história já vai longa. O médico tinha acabado de se especializar em pediatria quando decidiu criar o blogue "Pediatria para todos" que o catapultou para o mediatismo. "Na altura, o que estava na moda eram os blogues e não havia nada deste género. Acabou por ter um crescimento exponencial de que nem eu estava à espera." Dois ou três anos depois, uma editora convidou-o para transformar a informação do blogue em livro - já vai em cinco - e nunca mais parou.
Ainda teve uma rubrica regular num programa da SIC, mais tarde na TVI, conquistou o público a uma velocidade quase meteórica. Do blogue para as redes sociais foi um saltinho, primeiro o Facebook, depois o Instagram, logo a seguir o TikTok. Faz tudo sozinho, "de forma amadora", grava, põe legendas nos vídeos. Todos os dias faz um post de manhã e publica um vídeo à noite, que filma muitas vezes entre consultas. Ainda resistiu à ideia de aparecer no princípio, mas percebeu que "dá uma confiança diferente às pessoas ter um rosto". Os conteúdos, esses, abordam um mar de inquietações dos pais: "Os antibióticos fazem bem ou mal à saúde?"; "A partir de que idade as crianças devem escovar os dentes sozinhas?" ou "O meu filho está sempre doente, será normal?"."Faço publicações com as dúvidas que me mandam, há temas transversais, outros que surgem como moda. Diria que me perguntam de tudo, até quantas vezes se dá banho ao bebé. Às vezes, tento desconstruir algumas ideias para simplificar a vida dos pais, que hoje têm muito receio de que as suas decisões tragam consequências irreversíveis ao futuro dos filhos. Ter informação é bom, mas os pais não podem ter medo de usar o instinto."
E, sim, há riscos com a presença nas redes, o pediatra não os nega. "Pode haver a tendência de substituir uma consulta médica pela rede social. O que é perigoso, porque não estamos a observar, não conhecemos o histórico. Tento divulgar informação mais generalista que serve a muitas pessoas." Ao mesmo tempo, conseguir chegar a milhões tem um "potencial incrível". "Se calhar, vou-me reformar sem dar milhões de consultas e nas redes consigo chegar a esta gente toda. Inclusive a pessoas que não têm acesso fácil a pediatria, porque em Portugal a pediatria existe maioritariamente no mercado privado." Tem consultório em Viana do Castelo, longe das grandes metrópoles, não sentiu tanto o aumento da procura na consulta. Mas, a reboque do sucesso nas redes, as parcerias e propostas de publicidade a produtos foram surgindo, vai aceitando com cautela, ser médico obriga-o a apertar o cerco. "Não faço a produtos de prescrição. Mas faço pontualmente a cremes, puericultura, avaliando bem o que está na retaguarda em termos científicos. Temos um Código Deontológico, que não fala diretamente em redes sociais, há um vazio nesta matéria, mas temos de usar o bom senso. O nosso papel não pode ser igual ao de um influenciador não médico, há uma responsabilidade."
À semelhança da Ordem dos Psicólogos, a Ordem dos Médicos está a trabalhar em regulamentação. Até porque também há um perigo à espreita, o de influencers que não são profissionais de saúde a dar dicas, muitas vezes alegando sê-lo usando o termo "doutor" (os casos de usurpação de título, quando há queixas, são encaminhados para o Ministério Público). É possível procurar nos diretórios dos sites das Ordens pelos nomes dos profissionais, para confirmar se são, de facto, médicos, psicólogos, nutricionistas. E isto é relevante, porque os riscos são evidentes, como diz Tânia Graça: "Lê-se muitas vezes que a depressão se cura com banhos de sol e desporto. E não é que hábitos saudáveis não ajudem, mas estamos a falar de um desequilíbrio a nível neurológico, é perigoso." O pediatra Hugo Rodrigues segue-lhe o raciocínio. "Há algumas áreas em que as pessoas acham que por terem uma experiência pessoal já são especialistas. Têm filhos, são peritos em parentalidade. Comem, são nutricionistas. Mas casos isolados não fazem ciência."
O bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, não tem dúvidas de que a divulgação online de literacia por médicos, ao promover hábitos saudáveis, é positiva. "Mas a Ordem tem olhado com preocupação para a proliferação de informação falsa, e estamos a desenvolver uma série de medidas para ajudar a mitigar este fenómeno. O primeiro é o Observatório do Ato Médico, para estarmos atentos às más práticas nas redes sociais (há consultas ou atestados médicos prestados de forma irregular)." Depois, a Ordem quer criar uma certificação para sites e páginas nas redes, "que pretende ser um selo de validade". "Porque há muita informação na Internet e é difícil selecionar." E, claro, é preciso acautelar a questão das parcerias. "Os médicos não podem sequer ter uma quota numa farmácia e não podem fazer publicidade, só em determinadas circunstâncias. Ou seja, podem falar de um produto, nunca o podem fazer é numa perspetiva que crie falsas expectativas e induza no doente um consumo desadequado de fármacos." O Código Deontológico dos Médicos está a ser trabalhado, atualizado, "para acompanhar a evolução da sociedade" e deverá ser publicado ainda este ano.
Rodrigo Ayoub é médico e influenciador, conta mais de cem mil seguidores no Instagram, dedica-se à medicina ortomolecular. "Mas não posso dizer que sou especialista em ortomolecular, porque não é uma especialidade da Medicina", salienta, para logo acrescentar, já a antecipar-se aos céticos: "Muitos acreditam que esta área é uma invenção, criada por charlatões. Ora, formei-me em Medicina no Rio de Janeiro em 1997 e comecei a exercer no Brasil. Mas estava insatisfeito e decidi vir estudar para a Europa outras abordagens. O meu objetivo é ter um paciente saudável, não tenho dogmas nem faço medicina holística. Sou um médico normal, mas que privilegia uma abordagem natural, que olha para os medicamentos como um braço do tratamento e não a única solução. Não há nada de esotérico nisso." O preâmbulo importa, uma vez que já foi alvo de queixas à Ordem devido a publicações nas redes sociais, todas arquivadas. "Partiram de colegas médicos, porque falo sobre jejum, sobre apanhar sol. Mas nunca tive uma reclamação de um utente, trabalhei no hospital de Aveiro, no Hospital da Luz da mesma cidade e tenho a minha clínica há 25 anos."
Rodrigo mudou-se para Portugal há 26 anos, apaixonou-se pela tranquilidade de Aveiro, abriu ali a própria clínica. As redes sociais entraram em cena de forma natural, começou a fazer vídeos, disseram-lhe que tinha jeito, continuou. Por defender que muitas das doenças mais prevalentes hoje estão ligadas ao excesso de peso, acabou a especializar-se na área do emagrecimento. "Há uns seis anos, lancei o Método de Emagrecimento Saudável, um plano online, tenho uma equipa a trabalhar comigo. E escrevi um livro no ano passado sobre isso." Também é autor do Club Ayoub, "espécie de Netflix da comida, com dicas de alimentação saudável, vídeos a fazer pratos, as pessoas pagam mensalidade e assistem". A par disso, todos os dias publica um vídeo sobre saúde natural no Instagram, além de partilhar stories sobre o seu dia a dia. "As redes sociais são uma ferramenta fantástica, que vieram democratizar a informação. Mas hoje temos até excesso de informação, temos de saber filtrar, ver qual é a fonte, quem é que a está a passar. Não falta gente a dar dicas de dieta sem formação, e depois as pessoas ficam perdidas." Estuda todos os dias, garante, e tem "muito cuidado" com o que diz nas redes. "Primeiro, tenho de estar muito informado sobre o que vou falar, porque vou impactar a vida das pessoas. Depois, tudo o que digo, também faço, e mostro isso, as minhas marmitas, as minhas corridas na praia."
O (vasto) mundo da nutrição
No tema da alimentação, as redes são férteis em publicações, vídeos, em informação e desinformação. Iara Rodrigues, nutricionista, quase 300 mil seguidores no Instagram, diz isso mesmo. "Todos comemos. E, às vezes, as pessoas acham que o que fazem já é quase ciência. De repente, são aspirantes a nutricionistas a partilhar dicas. No mesmo dia, posso ler numa página que o jejum intermitente é a melhor coisa do Mundo e noutra que não." Mas comecemos pelo princípio. Iara entrou nas redes sociais há mais de uma década, a clínica onde trabalhou até 2016 incentivava um papel ativo online, "e querendo ou não, grande parte da informação nesta área é transmitida pelas redes sociais".
Foi crescendo, percebendo o que as pessoas mais queriam saber, começou a partilhar receitas, sugestões sobre como incluir os legumes na alimentação, "por exemplo criando um puré de couve-flor". Agora, tem um equipa de oito pessoas a trabalhar, dedicadas aos seus conteúdos online. Às segundas-feiras, organiza a semana de publicações, tem um guião. Todas as semanas, publica uma receita em vídeo, ainda dá dicas de snacks, de lanches, escreve uma rubrica chamada "Podia comer mas prefiro evitar", "sem fundamentalismos", com "uma abordagem empática e clara". Sempre com responsabilidade. "Recebo milhares de mensagens a perguntar qual o melhor produto, X ou Y, e tento não me comprometer. No meio de tantos seguidores, não sei para quem estou a falar, se a pessoa tem uma patologia, que idade tem, não basta dizer que este é o melhor iogurte. Uma coisa é fazer um guia de supermercado, onde publico as marcas de iogurte que acho que são melhores, outra coisa é isto. Tenho de pensar que o que digo tem impacto. As redes são um canal incrível, mas não podem substituir uma consulta."
Apesar disso, a publicidade tem espaço, sim, mas com "coerência". Recentemente, fez uma parceria com o Pingo Doce, lançou uma gama de refeições saudáveis e prontas a comer. Também é embaixadora da Kefir, da Nestlé. "Se vou publicitar uns cereais, é porque os consumo e recomendo. E tenho sempre em conta critérios nutricionais. Claro que é confortável ser paga por marcas, mas tem de haver responsabilidade e ética. E já descartei muita, muita coisa. Se um refrigerante vier ter comigo porque lançou uma versão saudável, não aceito, arrisco-me a perder a credibilidade." De produtos que não conhece, pede a ficha técnica, os detalhes. "E quando faço publicidade, escrevo sempre "parceria", "pub", "oferta"." Na página do Instagram, ainda tem o número de cédula, "para que os seguidores percebam que quem está a passar informação é uma pessoa credenciada, a Ordem passou a exigir isso". Para separar o trigo do joio.
"A Ordem começou há uns dez anos a deparar-se com nutricionistas a usar as redes sociais como veículo e sentiu necessidade de aumentar as medidas de regulação", esclarece Liliana Sousa, bastonária dos Nutricionistas. Na verdade, o Código Deontológico ainda não foi revisto à luz das novas tendências, mas foi emitida uma série de posicionamentos sobre a atuação nas redes, a partilha de informação não validada do ponto de vista científico, a divulgação de resultados de clientes, a publicidade comercial (relações comerciais não são proibidas, até porque muitos nutricionistas trabalham nas marcas e empresas de retalho, não podem é publicitar produtos que intentem contra a saúde nem apresentá-los como solução milagrosa). "E estes posicionamentos têm cabimento para ação disciplinar." O que se exige aos membros, explica a bastonária, é que "tenham sempre presente o não prejuízo de quem os segue". "Além disso, pedimos que haja uma identificação clara do profissional na página, com número de cédula. Porque é muito difícil distinguir quem é profissional qualificado e quem não é." Há um detalhe curioso, alguns influencers não nutricionistas já contactam a Ordem para saberem se estão a ultrapassar limites. E está a ser preparada uma campanha de sensibilização com estas figuras do digital.
Voltemos, pois, a Iara. As redes sociais trouxeram-lhe visibilidade, a par dos programas de televisão, das palestras, de entrevistas. Às tantas, a procura por consultas cresceu. "As redes não são a minha única ferramenta, mas fidelizam muito. Também faço partilhas familiares, para que percebam que eu também tenho filhos, cansaço, que adoeço." Aprendeu a conhecer o seu público, são sobretudo mulheres adultas. "Não posso dizer que não sou influencer. Sou nutricionista, mas reconheço que hoje tenho um poder de influência que chega a muito mais gente do que consigo ver em consulta."