A rubrica "Partida, Largada, Fugida"
Corpo do artigo
1
Não escrevi aqui na NM durante duas semanas, mas foi só porque estava de férias. Isto para evitar que se pense que foi feita alguma averiguação preventiva aos meus textos por parte do Ministério Público.
2
Morreu o Papa Francisco, o que fez inundar as redes sociais de homenagens e citações. Mas se andam para aí a dizer “todos, todos, todos”, talvez não faça sentido em maio votar em partidos que digam que este país só é para “alguns, alguns, alguns”.
3
Quem também reagiu foi o sempre humilde Carlos Moedas, que partilhou os rasgados elogios que o Papa lhe fez nas Jornadas. Deve estar a contar ser convidado para sucessor e tudo, até meteu o telemóvel com som.
4
Na verdade, há um português na lista de candidatos: Tolentino de Mendonça. Ok, é um teólogo e poeta de renome, mas alguma vez andou a fazer TikToks nas obras do plano de drenagem de Lisboa ao som de Bad Bunny?
5
No dia da morte, Marcelo fez um comunicado ao país às 20 horas, com a solenidade de um momento de Estado. Temos de compreender, o Papa Francisco era a sua Taylor Swift.
6
No debate com André Ventura, Mariana Mortágua recorreu a legos para lhe explicar as importações portuguesas. À criança Ventura só ficou a faltar um Capri-Sun e um Playmobil do Donald Trump.
7
Duas turistas alemãs foram detidas pela guarda fronteiriça norte-americana e deportadas à chegada, por não terem hotel marcado. As influencers adoram Nova Iorque, mas qualquer dia é melhor levarem looks que combinem com a farda laranja das prisões de lá.
8
A Autoridade da Mobilidade e dos Transportes está a multar passageiros que façam chamadas em alta-voz. Acho que devia haver um ranking de acordo com o interesse da chamada. Se for banal, multa pesada. Se for uma cusquice ótima, conta como entretenimento e pago para ouvir.