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Às vezes, também me salta a tampa, mas, por vários motivos e mais alguns, procuro respirar fundo e manter a elevação, o respeito e ser profissional. O senhor Roger Schmidt devia seguir o conselho e contar até 10 antes de se irritar com uma pergunta perfeitamente legítima e, no caso, até banal de um jornalista. Acompanhei o Benfica-Sporting à distância, e confesso sem quaisquer saudades do clima que impera no futebol português, e percebi que o triunfo encarnado caiu do céu. Quanto mais não seja, uma equipa que dá a volta nas compensações, por muito que tenha trabalhado para isso, tem sempre uma dose de felicidade.
Bem sei que a sorte dá muito trabalho e sou o primeiro a dizer isso, quer no futebol quer na vida, mas no caso concreto não é preciso queimar os neurónios para perceber que o Benfica, que até esteve bastante tempo em superioridade numérica, foi feliz para chegar à vitória com o Sporting. E não há mal nenhum nisso. Aliás, o saudoso Vítor Oliveira dizia sempre que não há resultados injustos. Acontece que, no fim do encontro, talvez ainda excitado com as incidências, o senhor Schmidt foi para cima de um jornalista, quando este lhe perguntou se o resultado tinha sido melhor que a exibição.
Quem nunca escutou esta pergunta? O treinador do Benfica insinuou então que o jornalista em questão (não faço ideia quem tenha sido) seria adepto do F. C. Porto ou Sporting. Enfim, um momento muito triste do técnico germânico, que anda a falhar à promessa há muito tempo. Quando chegou disse que ia tentar aprender a falar português, mas até agora... bola, como diz Jorge Jesus. Se calhar, devia-se preocupar mais com isso e menos com as perguntas da imprensa.
Noutras latitudes, o Governo caiu, a assembleia geral do F. C. Porto foi o espetáculo triste que todos vimos, e o Cristiano Ronaldo mostrou a João Félix o que é jogar futebol. Nada de novo, portanto.
*Editor-adjunto