Viajei ao passado no último fim de semana, curiosamente na companhia de alguns dos "verdadeiros" que viveram comigo os míticos torneios do senhor Júlio.
Corpo do artigo
Aos sábados de manhã, o bom do senhor Júlio organizava uns torneios de futsal, no extinto pavilhão do Fluvial e na escola da Torrinha. Os jogos das 9 horas eram sempre uma incógnita, pois nem todas as equipas conseguiam reunir cinco bravos heróis para jogar àquela hora.
Mas a coisa lá seguia e, a meio da manhã, nos jogos digamos mais palpitantes já havia mais jogadores e até público. Tudo a nível amador, de pura carolice, e sem... testes, mas isso é outra conversa e outro tempo. Ora, o senhor Júlio, de alcunha Garganta, ainda hoje não sei bem porquê, conseguia organizar torneios que duravam semanas e que, aqui e ali, reuniam alguns craques e proporcionavam jogos competitivos. Os regulamentos eram poucos, mas imperava o bom senso, o respeito e, vá lá, algum fair-play.
Agora, mudemos o flanco para o futebol profissional e para o que se assistiu no Jamor, no B-SAD-Benfica. Foi a semana toda a bater no ceguinho, mas o que aconteceu foi absolutamente inqualificável e irá ser sempre uma mancha no futebol português. Foi tudo mau. O antes, durante e o depois, com todos a assobiarem para o lado e a culpa a morrer solteira, aliás à boleia do que acontece noutras matérias da sociedade. Por isso é que alguns roubam uma galinha no supermercado e são presos e outros roubam milhões e entram, a sorrir, de fato e gravata nos bancos.
Como também o cidadão comum é multado por excesso de velocidade, mas outros circulam à vontade sob o manto de serviço público. Acontece.
O mês arranca com testes obrigatórios à covid para eventos e jogos acima de 5000 espectadores. Diz-se que quatro são gratuitos, mas nem todas as farmácias têm em stock e há filas imensas. A isto acresce o custo do bilhete. A sério? A mim não me apanham nesse filme.
*Editor-adjunto