Quem já não teve vontade de partir a televisão em algum momento da nossa vida? Então quando se trata de um penálti falhado, que podia dar o triunfo ou um empate com a sabor a vitória, a coisa está mais que justificada.
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Aconteceu a um adepto turco, que colapsou quando viu Burak Yilmaz a atirar a bola para as nuvens, desperdiçando aquilo que seria o 2-2 e, à partida, iria obrigar Portugal a um penoso e perigoso prolongamento. O pobre coitado deu um tiro na televisão e o vídeo tornou-se viral. Por cá, tanta gente que já passou pelo mesmo, mas com a diferença que nem tem dinheiro para comprar uma pistola. À falta de melhor, há sempre um pau.
Por estes dias, durante um sonho, tive vontade de usar a tática para travar uma mula. O simpático mamífero híbrido atacava-me pelas costas, com uma faca cheia de ferrugem, e eu, com cara de anjinho, sorria. Quando acordei, estava feliz e a mula tinha levado um coice dos restantes animais do gado. Vá lá, teve mais sorte que a televisão do turco.
A mesma sorte, estrelinha, ou chamem-lhe o que quiserem, parece estar de volta à seleção de Fernando Santos no play-off para o Mundial do Catar. A tal seleção/geração de ouro, como argumentou o senhor engenheiro, porque foi a única que conquistou o ouro, no caso concreto no Euro 2016. Não me choca a observação, são factos concretos. Por muitas voltas que se dê, ouro é quando se ganha. Portugal teve outras seleções talentosas, mas não ganharam, e tal como Fernando Santos, também tenho pena de dizer isto. Os velhos do Restelo estarão chocados e as espingardas já estão apontadas, caso aconteça algo de escandaloso com a Macedónia do Norte, mas acredito que, para já, as televisões nacionais ficarão intactas e os tiros ficarão para mais tarde, no Catar.
Barty, número 1 do ranking do ténis, despediu-se dos courts, aos 25 anos. Segurem-me, senão dou um tiro na TV!
*Editor-adjunto