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“Fui à casa de banho. Quer que diga o que fiz?” João Félix, 25 de junho de 2024. A data merece ser recordada, pois é até agora o momento alto do internacional português na Alemanha. Lamento a entrada a pés juntos e o tema, mas o jovem internacional português meteu-se a jeito com uma resposta tão despropositada e sem classe à pergunta legítima de um jornalista, que apenas pretendia saber o porquê do jogador ter deixado o relvado logo após o apito final com a Turquia.
Toda a gente se está a borrifar para o cenário inerente à questão levantada de Félix, interessante mesmo era ter a chave para a coleção de insucessos do jogador português, sobretudo na seleção. Essa é a resposta que interessa. O próprio admite que não consegue responder, mas acredita que o melhor está para vir.
Oxalá que sim, a começar já frente à Eslovénia, se tiver oportunidade de mostrar serviço, mas depois do que vi com a Geórgia tenho dúvidas, pois Félix (como outros companheiros) somou mais um ato falhado, por muito que alguns se agarrem às estatísticas para tentar esconder a pobre exibição do futebolista do Atlético de Madrid. Uma boa dose de humildade e foco total no que pode fazer no relvado é, seguramente, um bom conselho. Que aproveite essa energia e inconformismo da sala de imprensa para mostrar o que pode fazer nas quatro linhas. A seleção nacional e todos nós agradeceríamos.
A experiência com a Geórgia foi um desastre. António Silva foi infeliz e surge como bode expiatório, mas é injusto crucificar o jovem central. Danilo esteve igualmente muito mal no primeiro golo, ao conceder demasiado espaço no miolo e João Neves, o menino da moda, que tem uma incrível qualidade mas também erra, fez um passe arriscado que entalou António Silva. Isto só para lembrar que o futebol é um jogo coletivo e não é como o ténis. Posto isto, foi excelente ter havido este drama. Portugal vai ganhar mais facilmente à Eslovénia.
*Editor-adjunto