Este mês é um drama. Ou melhor, volta a ser um drama, porque a vida e o futebol português, que neste caso é a matéria que se vai abordar, entra num período de renovação, de ilusão, onde todos têm a vontade de fazer melhor.
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Ora, por estes dias os diretores desportivos ou os diretores técnicos, como lhes queiram chamar, andam à procura das melhores soluções para os plantéis e para agradar aos treinadores e às administrações. É preciso um guarda-redes com... mãos, de preferência, um patrão na defesa, estilo o "monstro" Pepe, um médio "box-to-box" tipo o Garcia, que jogou comigo no Leça do Balio, e um goleador, assim à semelhança do Romário "Baixinho", mas, para além disso, é preciso garantir um bom "caixeiro-viajante". Surge a referência a propósito da recente reflexão de Domingos Soares Oliveira, administrador da SAD do Benfica, que usou a designação para explicar que o clube encarnado não anda, de porta em porta, a oferecer jogadores para vender. Pode, de facto, não o fazer, mas tanto o Benfica, como todos os outros clubes, precisam de transferir jogadores para equilibrar as finanças e ter uma tesouraria à altura dos compromissos. O "caixeiro-viajante", que pode ser o famoso empresário ou o intermediário, como agora está tão em voga, é também uma peça fundamental na composição de um plantel. Tanto nas entradas, como nas saídas.
Este defeso mostra que o mercado, mesmo o internacional, não tem nada a ver com o passado recente. O mundo segue em plena pandemia, mas o futebol, como por exemplo o mercado do arrendamento, parece querer ficar imune ao aperto com que muitos setores sobrevivem. Baixem o valor das transferências, desçam os salários pornográficos, e talvez a coisa comece novamente a mexer. O mesmo aconteceria com as casas vazias no coração do Porto e Lisboa. Baixem as rendas de 800 euros para metade e, provavelmente, talvez apareça um "caixeiro-viajante" a agarrar o pedaço.
Editor-adjunto