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Carlos Carvalhal completou 800 jogos na carreira e é, há muito, um treinador feito. Gosto do discurso (dá sempre bons títulos), independência, competência e o jogo de cintura. É um treinador que se soube fazer, crescendo a pulso desde as divisões inferiores, sem queimar etapas, e que teve uma passagem épica por Matosinhos, pelo “Mar” do Leixões, onde levou uma equipa do terceiro escalão à final da Taça.
Até hoje, ainda ninguém repetiu a proeza. Está atualmente no clube do coração, o Braga, onde já conquistou uma Taça de Portugal, mas o percurso justificava outro contexto, num clube a lutar por campeonatos. Cá dentro ou lá fora. Já teve uma passagem (fugaz) pelo Sporting, verdade, numa espécie de missão de urgência, que deixou água na boca. Carvalhal é dos grandes treinadores desta Liga e está de parabéns pelo número redondo. Agora, que até já é avô, está mais refinado e é bom que António Salvador tenha bastante paciência - a que não teve com Daniel Sousa -, pois este Braga está, indiscutivelmente, mais frágil em relação à época passada. A última vitória (2-1) sobre o Maccabi, na Liga Europa, caiu mesmo do céu.
Ainda no campo dos treinadores, sou obrigado a dar sinal mais a Cristiano Bacci. Olho para o treinador do Boavista e só me lembro do Sylvester Stallone no filme “Rambo”. Há dias o meu amigo Pedro Cunha, do zerozero.pt, também destacava a fibra do técnico axadrezado e eu concordo em absoluto. Sem reforços e obrigado a lançar “panterinhas”, Bacci tem dado o corpo às balas e procurado fazer milagres com migalhas. Se vai ser suficiente, ninguém sabe, mas que merece ser feliz, merece.
O reverso da medalha vai para o selecionador de futsal, Jorge Braz, que, desta vez, não teve nenhum golpe de asa para Portugal seguir em frente no Mundial, ficando-se pelos “oitavos”. A treinadora do Benfica, Filipa Patão, não fez melhor e deixou fugir a entrada na fase de grupos da Champions. Esperava-se muito mais.