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A centralização dos direitos audiovisuais é, não tenhamos dúvidas, o verdadeiro “game changer” do futebol profissional português.
É verdade que Portugal partiu com muito atraso (nesta altura, na Europa, só Portugal e o Chipre não têm os seus direitos audiovisuais centralizados), mas é fundamental ter a serenidade, paciência e sangue-frio necessários para dar os passos certos nos momentos adequados. Mais importante do que fazer rápido, é fazer bem.
Destaque para duas datas fundamentais definidas no diploma legal que estabelece as regras relativas à comercialização dos direitos audiovisuais: até 2026 para a apresentação do modelo de comercialização centralizada à Autoridade da Concorrência, e até 2028 para a plena implementação do respetivo modelo. Até lá, há um caminho a percorrer, feito de pequenos mas decisivos avanços, como a recente aprovação, em assembleia geral da Liga Portugal, do Programa de Sustentabilidade Económica e Financeira, agora integrado no Regulamento das Competições, enquanto passo decisivo rumo ao Regulamento de Controlo Económico, que partindo do equilíbrio das contas dos clubes e visando a sustentabilidade das competições constituirá pilar fundamental da centralização.
A centralização dos direitos audiovisuais é, desde 2015, um dos grandes objetivos da gestão de Pedro Proença, que deu frutos em 2021, quando o Governo tornou obrigatório e irreversível este processo. O trabalho de base está a ser feito, os prazos a ser cumpridos, as propostas valorizam o produto muito acima do que ele vale hoje e os clubes estão alinhados na certeza de que ninguém sairá a perder e de que o futebol profissional sairá a ganhar.
O tema é demasiado sério para ser encarado como uma corrida de 100 metros. Isso resultaria, inevitavelmente, numa maratona de equívocos que ninguém deseja, porque todos estão cientes de que esta é uma oportunidade única e verdadeiramente transformadora. A centralização dos direitos audiovisuais é, acima de tudo, o futuro que está a ser construído no presente.