Corpo do artigo
Uma reportagem televisiva, há dias, despertou-me para uma geografia já esquecida e um conflito, uma guerra, a que não damos especial importância ou relevância político-estratégica e muito menos económica e financeira... o Sudão.
Milhares de mulheres e crianças fogem da morte certa, para o estatuto de refugiados no Chade. Mas esta fuga não garante a tão desejada e procurada sobrevivência. Na verdade, trocam a morte na guerra pela morte da fome e do abandono.
Chamou-me a atenção uma pulseira, como aquelas que utilizamos no acesso às urgências hospitalares. Aparentemente seria uma espécie de via verde para a vida, mas que afinal não correspondia ao que pensavam e desejavam.
Na reportagem, uma mulher dizia que era preferível que os levassem de volta ao Sudão. Seria melhor morrerem na guerra do que ali à fome e ao abandono. Meu Deus...…
Se levantarmos os olhos para além da nossa realidade e vizinhanças... se formos capazes de ver mais alto e mais longe; se apurarmos os nossos ouvidos, seremos capazes de ouvir os gritos profundos de mulheres e crianças em tantos, mas tantos cenários de guerra, de fome e de abandono. Irmãs e irmãos nossos que condenamos à morte porque os abandonamos.
O nosso querido Papa Francisco alerta-nos, há muito, para a realidade de que estamos a viver uma III Guerra Mundial “aos bocadinhos”.
Até quando estes conflitos bélicos que desconhecemos, que nem sequer passam nas televisões, nem são notícia na rádio, nos jornais?
Até quando se prolongará o sofrimento do povo ucraniano e russo? Até quando a Terra de Jesus será tudo menos Santa?...
Comecemos a paz em nosso redor e tentemos aliviar os sofrimentos de todos os que lá longe, nascem, vivem e morrem sem saberem o quanto merecem ser amados. Sem saberem que já são muito amados.
Que Deus tenha compaixão de nós, enquanto Humanidade, incapazes de nos amarmos uns aos outros, como irmãos.