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Celebrar uma data é sempre um tempo de gratidão. E em boa hora se criou a tradição da Bênção dos Finalistas, dia pelo qual esperam tantos jovens e famílias, num misto de ansiedade, orgulho, gratidão e esperança. Os jovens estão no tempo certo para agarrar os seus sonhos com as duas mãos e se lançarem ao largo... sonham, como lhes pediu o Papa Francisco, e enfrentam o presente com sorrisos que nos enchem de esperança, quando se juntam em grupos ruidosos, todos eles vestidos a rigor, com as pastas cheias de fitas de todas as cores. E as famílias, que suportam os encargos do sonho universitário, tantas vezes com grandes sacrifícios, vivem este dia com igual alegria e gratidão. Os jovens são o presente e o futuro da humanidade, mas quando olhamos com maior detalhe, conseguimos ver o presente e o futuro de Portugal. Hoje, serão milhares de jovens na cidade do Porto a viver esta grande data nas suas vidas. Mas também em Setúbal, em Lisboa, em Coimbra e por tantas outras cidades do nosso país se dá esta bênção tão cheia de significado. E por todos eles, todos, todos, todos, demos graças a Deus, pelas suas vidas e pelas suas famílias.
Mas o calendário quis que também hoje se celebrasse uma data que não conhece idades nem cursos... o Dia da Mãe. De imediato nos vem à memória a cara, a voz, o andar, as palavras da mãe de cada um de nós. Mãe, a minha mãe, a nossa mãe, mãe biológica, mãe de afeto, mãe de adoção, em cada uma delas há só uma, diz a nossa tradição, e é bem verdade, porque cada uma é única; porque é ela que nos dá vida, nos dá colo, nos protege; é a “minha” mãe, dizemos nós em crianças, pensamos em silêncio na adolescência que não permite grandes exteriorizações de afeto; em adultos, iniciamos o processo ao contrário, de cuidados passamos a cuidadores e quando a mãe parte, também se parte um pouco de nós. Este ciclo da vida, de amor e de ternura deveria poder ser vivido por todos, sem exceção. Mas não é verdade. E neste ano, é impossível não trazer à nossa memória as mães e os filhos e filhas da Ucrânia, da Rússia, da Terra de Jesus, do Médio Oriente... A guerra destrói os sonhos dos jovens, separa as famílias, esmaga o presente e o futuro de todos. E como nos acontece tantas vezes, quando somos confrontados com a dor, o receio, a incapacidade de viver substituída pela força de sobreviver, quando esse tempo chega, olhamos para o céu à procura da Mãe de todos, a que não se cansa de interceder por todos, que não desiste de cada um.
Para celebrar o Dia da Mãe não precisamos de grandes festas, nem de grandes presentes. Basta uma palavra, um telefonema, um sinal que diga “não me esqueço”, um gesto de ternura. E o nosso querido Papa Francisco disse-nos que em Fátima todos temos Mãe. Neste mês de maio, tão cheio de festas e de alegrias para jovens e menos jovens, recordemos as nossas mães que já partiram, abracemos as que ainda estão connosco e demos graças a Deus, por Maria, a jovem que disse sim e trouxe Jesus ao Mundo.