Desfile de moda sustentável abre uma nova era
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Se há quem ainda não saiba o que é um desfile de moda sustentável, os visitantes da última edição da ModaLisboa puderam assistir à estreia que o projeto be@t - bioeconomia no têxtil (https://bioeconomy-at-textiles.com) ali fez. E foram muitas as figuras públicas a render-se ao potencial revelado, com peças criadas a partir dos conceitos da sustentabilidade e da bioeconomia no setor têxtil.
De marca declaradamente vanguardista, um desfile com direção técnica do CITEVE e direção artística de Paulo Gomes conseguiu envolver designers portugueses e empresas do setor para chamar a atenção. Não só pela diferença mas, sobretudo, porque convenceu figuras de renome no mundo da moda e também socialites, jornalistas e outros profissionais da comunicação. Isto porque inovação, criatividade, bom gosto e praticidade estavam presentes e provaram que a moda sustentável é capaz de responder ao que o público procura. O próprio Paulo Gomes comentou no final que o evento acabara de mostrar que “é possível ter vestuário sustentável sem perder a diversão e o estilo que definem a moda”.
Mas, se entendermos o comentário como um desabafo vindo de alguém comprometido com o desfile, várias outras figuras conhecidas mostraram não ter dúvidas de que a sustentabilidade já não é uma questão de moda. “É o presente e é o futuro!”, como disse a estilista Fátima Lopes sobre o fenómeno que a jornalista Paula Moura Pinheiro considera “uma ótima notícia!”.
Paulo Pires, Sílvia Alberto, Fernanda Serrano, Ana Salazar, Clara de Sousa, Miguel Coutinho, Cláudia Vieira e Lili Caneças foram alguns dos nomes que passaram pelo Pátio da Galé e que também se manifestaram surpreendidos, uns, e convencidos, todos. Porque a opinião generalizada para que o be@t vem contribuindo é a de que qualquer agente ligado ao setor já não pode ignorar algo que se tornou muito mais do que uma tendência.
Com efeito, a sustentabilidade é hoje uma das mais fortes preocupações das sociedades contemporâneas e tornou-se fator a ter em conta pela indústria da moda, das matérias-primas ao consumidor, passando pelos criativos e pela produção. A consagrada estilista Eduarda Abbondanza, presidente da ModaLisboa, defendeu no final que “já devia ser assim há dezenas de anos”, e o facto de a iniciativa ter evidenciado o potencial desta tendência deixa prever muitos mais desfiles de moda sustentável com a marca be@t.