Dia Mundial das Profissões Liberais
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Profissionais liberais são trabalhadores detentores de qualificações de natureza intelectual, incluindo as artísticas e culturais, que assumem a sua responsabilidade, autonomia e independência no superior interesse dos consumidores e da comunidade em geral, independentemente de exercerem a profissão de forma independente ou por conta de outrem. O DataHub das Profissões Liberais que será apresentado no fórum a realizar dia 23, no Porto, expõe o impacto do setor no país: 21,7 % do VAB, Valor Acrescentado Bruto da economia; 16,5% do emprego direto; 26,3% do tecido empresarial e 28,7% do investimento empresarial em I&D (Investigação e Desenvolvimento). Por comparação, em Espanha, segundo a Unión Profesional, que agrupa cerca de 1 500 000 profissionais abrangendo os subsetores jurídico, da saúde, económico, social, científico, arquitetura, engenharia e docência, o setor dos serviços profissionais representa 13,1% do VAB da economia; 14,4% do emprego direto; 19,1% do tecido empresarial e mais de 30% do investimento empresarial em I&D. Ou seja, duas realidades muito próximas, como seria de prever, mas com um tratamento pouco favorável para os profissionais portugueses.
Com este evento, realizado com o apoio da Câmara do Porto, pretende a ANPL - Associação Nacional dos Profissionais Liberais discutir temas como os profissionais liberais em Portugal e na Europa e a sua importância para a construção europeia, e a necessidade de legislar sobre um futuro Estatuto do Profissional Liberal, imprescindível no interesse dos cidadãos, dos consumidores e dos profissionais.
A presença de Pedro Abrunhosa, conhecido cantautor profissional liberal, ajudará a evidenciar os profissionais liberais das artes e cultura, com as suas especificidades de proteção social e reconhecimento de direitos de autor e de propriedade intelectual.
Governo, oposições e empresas representados no fórum devem dar mais atenção a este setor. Cada vez há mais profissionais liberais e outros trabalhadores qualificados por conta própria. Nos últimos cinco anos, o número de trabalhadores independentes em Portugal com habilitações superiores cresceu cerca de 40%. O trabalho está em mudança acelerada, não o podemos ignorar.