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A European Leagues, liderada por Pedro Proença, a FIFPro (Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol) e a LaLiga formalizaram na segunda-feira, em Bruxelas, junto da Comissão Europeia, uma queixa formal contra a FIFA por aquilo que consideram ser uma conduta abusiva por parte daquele organismo e que tem provocado a crescente sobrecarga internacional do calendário, colocando em causa a saúde dos jogadores e a sustentabilidade das ligas nacionais.
As recentes lesões graves de Carvajal (Real Madrid) e Rodri (Man. City) - curiosamente, o médio espanhol dos “citizens” tinha sido uma das vozes a lançar publicamente a ameaça de uma greve dos jogadores - ou as dificuldades na remarcação de jogos nas ligas domésticas perante os mais variados imprevistos que podem surgir, vieram adensar ainda mais a argumentação em torno de uma calendarização cada vez mais sufocada e sufocante, que não protege o espetáculo e os seus principais “artistas”.
No que diz respeito ao Futebol Profissional, a Liga Portugal tem feito a sua parte, não só mantendo um diálogo permanente com as associações de classe, mas também através de medidas com efeitos práticos, como é o caso da reformulação da Allianz CUP (Taça da Liga), com uma redução de 30 jogos já esta época (de 37 para 7).
Este é um tema que merece séria e aprofundada reflexão e um trabalho conjunto por parte de todas as entidades em matéria de quadros competitivos nacionais e internacionais. Para tal, é decisiva a abertura ao diálogo entre todos os “stakeholders”, o que contrasta com o caminho das decisões unilaterais que a FIFA tem optado por seguir. O novo Mundial de Clubes, com 32 equipas, e o alargamento do Campeonato do Mundo para 48 Seleções, são apontados como expoentes máximos desta política, apesar de todos os alertas.
O momento exige, pois, união e sentido de responsabilidade, sob pena de o “vírus” da calendarização se tornar numa “pandemia” com consequências imprevisíveis para a indústria do futebol.