O rio Cávado tem um caudal considerável. Todavia, o assoreamento e a foz estreita fazem com que apenas barcos muito pequenos consigam chegar ao mar.
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Por isso, ao contrário de Viana, Esposende não tem porto comercial. Nem comboio, como a Póvoa, pelo que não conheceu o processo de industrialização pujante desta, nem muita procura pela praia.
Mas, no final do século XIX, Esposende fica ligada por boas estradas e apetrecha-se de equipamentos, com destaque para o club-teatro (1911) e o hospital (1916), ambos projetados por Miguel Ventura Terra, arquiteto de Seixas (Caminha), autor do Banco de Portugal, no Porto, e do Santuário e Hotel de Santa Luzia, em Viana, além de casas, liceus, hospital e maternidade, em Lisboa.
Esposende será conhecida sobretudo pela qualidade do urbanismo, passando do modelo da “cidade jardim”, favorável à vivenda unifamiliar e à fixação de classe média e alta, para o da Carta de Atenas, com prédios multifamiliares. Mantendo sempre a altura contida das suas construções. E a vocação de estância turística, como o Hotel Suave Mar (1945) sublinha, a que se somou a residência secundária nos finais do século XX.
Hoje, à valorização da paisagem urbana e à restrição do automóvel na velha “rua direita” que ligava a Fão, acrescenta-se uma relação notável com a Reserva do Litoral Norte, numa abordagem que prolonga no tempo a qualidade em dimensão contida. Porque, afinal, não é preciso ser grande para se ser bom!