Corpo do artigo
Além de infindáveis reportagens, não faltam os debates sobre incêndios. Compreende-se a falta de notícias, mas vê-se também uma certa repetição, em resultado da existência de um certo consenso. Ora, se é assim, porque não diminuem os incêndios?
Porque há ignições que os iniciam, uma parte (menor) devido a incendiários, outra (maior) por descuido, já se sabe. Mas, esperava-se, então, mais educação e segurança, assim como a criação de condições que evitassem que um desleixo pudesse ter consequências graves. E não é isso que acontece, porque pequenos galhos e mato seco estão junto ao que chamamos de floresta e que resulta da plantação de eucaliptos e pinheiros em grande densidade, muitas vezes abandonados à sua sorte, porque o que rende a venda não compensa a manutenção. Nem o custo de apagar fogos.
Entretanto, há cada vez menos gente nas aldeias e campos a interromper a dita floresta, a temperatura média aumenta de ano para ano, os períodos secos vão sendo mais longos e, claro, a topografia acidentada do Norte e Centro dificulta o combate às chamas, que este ano contou com a ajuda de apenas dois aviões pesados.
A quem não preparou 2025, sugiro, para 2026, que releia o relatório que uma Comissão Técnica Independente realizou em 2017. Afinal, boa parte das recomendações está por concretizar. Peço prioridade a duas: diminuir a homogeneidade da paisagem e garantir que em cada unidade de gestão - ainda em criação! - mais de 5% da área esteja queimada ou cortada antes do verão.