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Há pouco mais de três meses, o Benfica perdeu em Famalicão um jogo que não merecia e onde jogaram sete dos onze titulares de domingo. Deviam, pois, recordar-se que ganhar em Famalicão exige foco, sofrimento e talento. Ao contrário de então, o Famalicão foi “mais alto, mais forte e mais rápido”, criou mais e melhores oportunidades e ganhou bem perante um adversário que controlou sem fazer faltas nos primeiros 35 minutos e que só acertou na baliza à hora de jogo. O Benfica perdeu todos os duelos, as segundas bolas e só para lá da hora de jogo mostrou algum talento, numa incompreensível exibição tristonha e apática, depois de uma pré-época em que deu bons sinais. Dir-se-á que foi um “abre olhos” e que ainda falta um campeonato inteiro, mas sou daqueles que defende que os campeonatos começam a ganhar-se, e a perder-se, desde o primeiro jogo e que a mentalidade de um campeão reside na vontade, na “pressa” de o ganhar. Se estiver certo, a mentalidade não é a que “ainda” faltam 33 jornadas, mas sim a que já “só faltam” 33 jornadas pois, na verdade, o Benfica perdeu bem mais que um jogo, perdeu margem de erro e ganhou um problema para os próximos jogos, que são na Luz, e onde a pressão será ainda maior. Está na altura, pois, de o “plantel mais caro do país” jogar enquanto tal e, assim, fazer justiça a uns adeptos e a um presidente que dão tudo pela equipa, correm para os jogos e “metem o pé,” sem medos, poupanças ou calores. Na facilidade, e rapidez, com que os jogadores perceberem isto, estará definida a época. Tenho esperança de que já o tenham feito, pois este é daqueles jogos para recordar. PS - Partiu José Manuel Constantino, um homem de bem, um Senhor do desporto. Perdemos todos. RIP.
*Adepto do Benfica