Três horas e meia. Foi este o tempo que os jornalistas aguardaram pela apresentação de Jéssica Silva, no Estádio da Luz.
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A cerimónia, que estava agendada para a última quinta-feira, deveria oficializar a contratação da internacional portuguesa, que deixou o Kansas City, mas no auditório só surgiram imagens da jogadora. Jéssica, de corpo e alma, nem vê-la. Só cartazes. A oficialização lá acabou por acontecer no dia seguinte, através de um anúncio nas redes sociais, já depois do Benfica ter justificado a novela da véspera com problemas burocráticos. A coisa remendou-se, é verdade, mas ficou claro que algo falhou e, numa altura em que o futebol feminino, com toda a legitimidade, procura conquistar um espaço de maior dimensão, ninguém ficou bem na fotografia. O acordo entre clube e jogadora terá causado engulhos, atrasando o processo e um anúncio que merecia outro élan. Assim, sobrou uma mancha.
O episódio não é virgem. Em 2003, por exemplo, assisti a algo semelhante, no Estádio do Mar, em Matosinhos, que se encheu de entusiasmo para receber um ex-jogador do F. C. Porto e Benfica. A noite seria de festa e de apresentação de Drulovic, um craque no campo e um cavalheiro fora dele, mas a verdade é que o sérvio acabou por não aparecer. O Leixões ainda mostrou a camisola 11, mas, em simultâneo, anunciou que o jogador roeu a corda, à última da hora. Uma barracada, portanto.
Ainda na linha das barracadas, fiascos ou flops, o desporto é pródigo na matéria e só se assim se percebe que muitos presidentes queiram ser os treinadores, aos fins de semana. Acontece e não é só nos escalões distritais. Mas ainda temos a CAN, onde o árbitro do Tunísia-Mali acabou o jogo mais cedo, por duas vezes (85 e 89 m). O juiz terá sofrido uma insolação e foi assistido no hospital, mas a rábula teve um final feliz, pois, feitas as contas, as seleções apuraram-se para os oitavos de final. Tudo bem, portanto, até à próxima... barracada.
Editor-adjunto