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Permitam-me que comece por recordar as recentes palavras de Jurgen Klopp, treinador do Liverpool: “Portugal é um país que não é grande, mas tem uma quantidade incrível de jogadores bons e realmente inteligentes. A quantidade de jogadores que eles produzem para o mundo do futebol, comparada com o número de habitantes, é incrível. E são jogadores realmente especiais. A sua compreensão do jogo é de um nível diferente”. Um reconhecimento notável de uma figura incontornável do futebol mundial e que confirma o futebol português como uma das maiores fontes de talento do Mundo.
No que respeita ao mercado de transferências, a Liga Portugal Betclic vai numa série de 15 balanços positivos consecutivos e é a única Liga, no Mundo, a ultrapassar a fasquia dos mil milhões de euros nas últimas seis épocas. Para ser mais exato, €1318 milhões! Números absolutamente estratosféricos!
O mérito é, evidentemente, dos nossos clubes, pela forte aposta e investimento na formação, sendo aqui absolutamente meritório destacar o papel fundamental do futebol não profissional, onde nasce e começa a ser desenvolvido todo o talento que alimenta o futebol, dos jogadores aos treinadores, passando pelos árbitros. Nunca é demais frisar que não há futebol profissional de topo sem uma base forte, ideia que Pedro Proença, hoje presidente da European Leagues, tem vindo reiteradamente a reforçar.
A enorme competência dos nossos clubes, jamais pode fazer esquecer, porém, o essencial: para que estes tenham outras condições para captar e reter talento durante mais tempo, é urgente um enquadramento fiscal mais atrativo em sede de IVA, IRS e IRC, e uma distribuição mais justa e equitativa das receitas provenientes das apostas desportivas.
O futuro exige, pois, um quadro legal que verdadeiramente potencie a competitividade internacional dos clubes portugueses. Porque se hoje criamos e exportamos talento como ninguém, imagine-se como seria se fossem iguais aos dos nossos concorrentes os custos de contexto!