Moda e sustentabilidade na mesma frase?
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Num mundo em que o consumismo se tornou prática mas em que a preocupação ambiental tomou também conta do quotidiano, faz sentido falar em moda e sustentabilidade na mesma frase? Será a sustentabilidade apenas uma moda passageira? Ou está o futuro da moda, do têxtil e do vestuário dependente da sustentabilidade do planeta?
As respostas começaram a ser dadas nesta semana pelo projeto “be@t” de bioeconomia no setor têxtil e vestuário com a estreia de um podcast destinado a debater e explicar as possibilidades de futuro com que se deparam o setor e a sociedade.
“Conversas fora de moda” é um conjunto de 24 episódios mensais que dá expressão às preocupações da indústria e às do consumidor, debate questões práticas mas também causas e ideais, explora perspetivas económicas e de emprego, analisa a relação de moda e conforto com os cuidados ambientais. Cada emissão permitirá confrontar, aprofundar e esclarecer diferentes posições aparentemente antagónicas, mostrando que o caminho da sustentabilidade não é apenas uma tendência conjuntural, mas a via rápida para um futuro comum que a todos possa agradar.
Com estas conversas, o “be@t” e os seus mais de meia centena de parceiros - entre universidades, empresas, centros de I&D e outras entidades - coordenados pelo CITEVE, vão ajudar a compreender os diversos pontos de vista dos empresários e profissionais do setor, de influenciadores e agentes que investigam as tendências do fabrico ou da moda, de defensores do ambiente e representantes de vários outros quadrantes da sociedade.
As “Conversas fora de moda” pretendem, por isso, mostrar como está já a ser possível encontrar novas fontes de matérias-primas mais amigas do planeta, criar novas formas de produzir têxtil e vestuário e alterar padrões de consumo sem ameaçar postos de trabalho nem pôr em risco a sobrevivência das empresas, sem prejudicar a criatividade da moda (pelo contrário, desafiando-a também) nem fazer baixar os níveis de conforto procurados pelo consumidor.
Estamos, assim, perante uma múltipla sustentabilidade: a do planeta e a de um setor muito expressivo em termos de emprego e de economia nacional. Ambas sairão reforçadas do “be@t”, a que o cofinanciamento do Plano de Recuperação e Resiliência e dos Fundos Europeus Next Generation EU permitirão ainda valorizar internacionalmente a marca “Fabricado em Portugal”.