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Este sábado anuncia-se como um dia de mudança. A Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) reúne-se, pela primeira vez desde a tomada de posse do elenco diretivo liderado por Pedro Proença, com uma atualização estatutária na ordem de trabalhos. Uma parte das alterações preconizadas decorre do plano programático sufragado no ato eleitoral de 14 de fevereiro e representa a mudança necessária para unir o futebol num modelo de governação mais moderno, transparente e participado.
Mas a reunião visa também acomodar alterações impostas pelo Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ), no âmbito da renovação do estatuto de utilidade pública desportiva da FPF, algumas das quais divergem dos princípios de democraticidade e colegialidade tidos como fundamentais. Em causa está um afunilar de competências, seja no presidente ou na Direção, que o executivo da FPF pretende atenuar com soluções de compromisso, através da garantia de que é dada voz ao universo federativo, mantendo os estatutos em conformidade com o Regime Jurídico das Federações Desportivas.
Uma outra proposta submetida à Assembleia Geral, e antecipadamente esclarecida junto dos associados em nome das boas práticas de diálogo e transparência que marcam esta nova era do futebol português, prende-se com a necessidade de corrigir uma irregularidade formal no estatuto de exclusividade do cargo de presidente, precisando que lhe fica vedado o exercício de quaisquer outras funções ou atividades relacionadas com o futebol, com a salvaguarda de exceção para o desempenho de cargos em entidades internacionais, como a FIFA ou a UEFA, ou de representação da FPF em organismos desportivos de âmbito nacional. A exceção permitirá ao presidente da FPF ser a voz do futebol nacional em órgãos de instituições privadas e associativas, como a própria FPF Fundação, projeto que vincará o poder de intervenção social do futebol, ou mesmo da CIP, a vincar a dimensão económica e a expansão da modalidade.