O mercado, ai o mercado de transferências, um terror para as equipas e para os treinadores que causa ainda mais engulhos no mês de agosto. Finalmente, chegou ao fim... por pouco tempo, pois em janeiro há mais.
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É sempre um forrobodó e todos choram que precisam de mais disto e daquilo. Queria vê-los, noutras atividades, a fazer milagres com migalhas. No meio da choradeira, toda a gente esconde o jogo, como se fosse o último segredo de Fátima, e seguem-se infinitas conferências de imprensa sobre o mercado e as respostas do costume. Todos têm culpa. Como em todos os setores, o futebol e os protagonistas têm muito que evoluir, sobretudo aqueles que têm mais voz mediática. Isto se quisermos realmente valorizar o produto, agora que até surge um reforço sobre o anúncio da centralização dos direitos televisivos, que supostamente irá atenuar as brutais diferenças de orçamento entre ricos e pobres. A bem da competitividade do futebol português. Estarei cá para ver.
De Itália, surge um bom exemplo de transparência sobre o tal bicho de sete cabeças que é o mercado com Tiago Pinto, agora o diretor desportivo da Roma, a explicar o que foi feito, falando abertamente sobre a transferência falhada de Xhaka e a renovação de Pellegrini. A iniciativa é excelente, mas o mesmo responsável, quando trabalhou no Benfica, não teve a mesma... oportunidade, digamos assim. E é isso que deveria ser refletido e alterado para acabar com este bicho da... tanga.
O verdadeiro bicho, esse sim, lá fez o que lhe competia e bateu o recorde que toda a gente esperava, decidindo a partida com a Irlanda. Apenas um dia normal, aos 36 anos. Curioso que Fernando Santos, na antevisão, também ficou incomodado com as perguntas sobre a iminente proeza de Cristiano Ronaldo, mas no fim do jogo já disse que era expetável e que estranho seria se o recorde não fosse batido. Afinal, qual era o drama de ter dito o mesmo antes?
*Editor-adjunto