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O contrato assinado entre o Moreirense e a TVI para a cedência dos direitos televisivos dos jogos realizados em casa, entre as épocas 2025-26 e 2027-28, é um sinal do mercado interno que aponta para o potencial de valorização do futebol profissional em Portugal, na antecâmera da centralização dos direitos audiovisuais.
Desde que tomou posse, em 2015, que Pedro Proença assumiu a centralização como um dos grandes objetivos estratégicos, vendo esse esforço reconhecido, em 2021, quando o Governo impôs as regras relativas à comercialização centralizada dos direitos audiovisuais.
O processo tem cumprido os passos e “timings” definidos através do decreto-lei, que aponta junho de 2026 e julho de 2028 como “milestones”, primeiro com a apresentação do modelo de centralização à Autoridade da Concorrência e depois com a sua implementação efetiva. Para o efeito, foi criada especificamente a Liga Centralização, empresa que conta com os clubes no seu conselho de administração.
Desde a primeira hora que a Liga Portugal tem manifestado confiança de que este seja o verdadeiro “game changer” do futebol profissional português, com impacto direto ao nível da sustentabilidade e da competitividade nacional e internacional. A concorrência é um fator determinante para ajudar a exponenciar o valor do produto, mas importa continuar a declarar guerra aberta à pirataria e a concentrar esforços na venda dos direitos internacionais, através da criação de uma identidade e definição de uma estratégia para os mercados considerados mais relevantes.
A centralização dos direitos audiovisuais vai muito além da questão da criação de riqueza, constituindo fator decisivo para a melhoria do espetáculo, elevação do produto e salto qualitativo na experiência do adepto, seja no estádio ou em casa.