Corpo do artigo
Se há um ano era prioritária, é hoje inadiável a mobilização social para pôr termo ao problema da pirotecnia nos espetáculos de futebol. Não há sequer lugar a eufemismos: todos nos sentimos envergonhados com os incidentes que se sucedem, com o reiterado desrespeito pelas mais elementares normas de convivência, com o risco que tal acarreta e com o prejuízo económico e desportivo para as sociedades desportivas.
A necessidade de mobilizar as instituições e o Estado para o reforço da prevenção e combate à violência é, precisamente, o tema que abre a Agenda de Medidas Políticas para a Reestruturação do Futebol Profissional, documento elaborado em sede de Comissão de Diálogo Social da Liga Portugal, com a Associação Nacional de Treinadores de Futebol, o Sindicato dos Jogadores e a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, entregue aos partidos com representação parlamentar, há cerca de um ano. Estávamos, então, no início de um ciclo político, cenário que emerge de novo, com um agravamento do fenómeno da pirotecnia no futebol.
Também há um ano, é importante recordá-lo, a Assembleia Geral da Liga Portugal aprovou o Regulamento de Prevenção da Violência, com novos procedimentos para dar resposta aos casos de deflagração de pirotecnia e arremesso de objetos nas competições profissionais. O compromisso e a mobilização do futebol são apenas uma parte da solução. Este desafio que exige um âmbito de ação mais abrangente e o reforço da mensagem eleita como prioritária, ainda há um ano. O que está em causa supera a fatura de mais de meio milhão de euros que os clubes portugueses enfrentam, nesta temporada.
Travar este fenómeno exige, antes de tudo, a consciência de que é um problema de todos: do futuro Governo, de todos os partidos políticos, das autoridades de segurança, da Autoridade para o Combate e Prevenção da Violência no Desporto, dos organizadores e promotores de espetáculos desportivos, de cada um de nós, enquanto cidadãos. Todos somos chamados a combater este tipo de comportamentos. É tempo de agir!