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O futebol profissional português é hoje consistentemente mais valorizado internacionalmente do que a perceção interna que, não raras vezes, dele se quer fazer passar. Esta foi uma das ideias-chave a reter de uma grande entrevista concedida, esta semana, pelo presidente da Liga Portugal e da European Leagues, Pedro Proença.
Da entrevista sai inegavelmente reforçada a convicção, há muito emergente, de que Pedro Proença é um dirigente positivo e agregador, com espírito construtivo e uma visão abrangente e transversal do futebol português e europeu.
É, no entanto, na condição de presidente da European Leagues que me detenho, a propósito da ideia de que dificilmente o atual presidente da Liga teria sido convidado para um cargo de tamanho prestígio (e que confere lugar no Comité Executivo da UEFA) se o nosso futebol profissional fosse visto lá fora como muitos teimam em vê-lo cá dentro.
Foram os olhares exteriores que vislumbraram um conjunto de 34 clubes com elevada capacidade de organização e união em torno de interesses comuns. Os mesmos olhares que, sem qualquer hesitação, viram uma liderança natural, sólida e credível.
O palco da atuação e influência de Pedro Proença é hoje bem mais alargado, como ainda recentemente se viu em Paris, na Supertaça de França, ao marcar presença no Parque dos Príncipes, a convite do presidente da Liga Francesa, Vincent Labrune, num momento igualmente aproveitado para um encontro com o presidente da Associação de Clubes Europeus, Nasser Al-Khelaifi, e que serviu para reafirmar, ao lado da UEFA, a defesa do modelo europeu de desporto contra projetos que ameacem a essência do futebol.
A perceção, aqui, é pois realidade. Porque mais do que o líder de inegáveis qualidades, é hoje o futebol português que está presente nos principais palcos de decisão sobre o futuro do futebol. No fundo, um reconhecimento internacional que assenta, indesmentivelmente, naquilo que de muito bom e positivo se vai fazendo cá dentro e merece, sem reservas, ser enaltecido.