É difícil fugir ao tema, quando se trata de bola, que é o que se espera nestes 1800 carateres, um luxo nos dias de hoje com o custo do papel pela hora da morte.
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Sendo assim, há que assumir que ninguém tem dúvidas que o F. C. Porto vai ser campeão nacional, com todo o mérito saliente-se, e tem a possibilidade fantástica de conquistar a dobradinha, com todo o respeito por um Tondela que, acredito, trocaria a presença no Jamor pela garantia de permanência no principal escalão.
O que fica nesta reta final do campeonato, e a última imagem é mesmo muitas vezes o que conta, é um F. C. Porto pujante, inconformado, sempre em conflito, no bom sentido do termo, muito à imagem de Sérgio Conceição. O treinador não vai em cantigas, como se fartou de dizer nos últimos tempos, e é essa forma de estar que contagia a equipa e os adeptos, que se agarram à postura do "contra tudo e contra todos" para transformar o Dragão num pesadelo para qualquer um.
O último a sentir isso na pele foi o Sporting, de Ruben Amorim, que numa semana perdeu dois clássicos, mas, muito provavelmente, reforçou a liderança no balneário e mesmo junto da massa associativa, apesar de existir os adeptos exclusivamente resultadistas e que vivem ao sabor da maré. Amorim perdeu e, naturalmente, fica sem todo aquele lastro que conquistou na época passada e a cara de quem perde não é mesma de quem ganha.
E mesmo o feedback do discurso não é o mesmo, faz parte, é assim no futebol e na vida. A estrelinha brilhou menos, mas o pulso de Amorim terá ficado mais forte, ao deixar bem claro que Slimani ficou fora das opções por não ter demonstrado, mais uma vez, a aplicação que se exige a um profissional no treino. O caso é um problema, mas também pode ser um trunfo para o futuro. Às vezes, é preciso subir o nível para chamar o jogador à razão ou, por exemplo, acalmar um vizinho que acha que manda no prédio. Quem já não passou por isso?
*Editor-adjunto