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É estranho escrever, ouvir e ler sobre Pinto da Costa como o presidente cessante do F. C. Porto. A sensação que fica é que ainda não caiu a ficha no mundo do futebol, depois do universo portista ter votado em massa e mostrado, de forma inequívoca, o que pretende para o futuro: uma mudança de fundo, uma verdadeira revolução. Creio que ninguém contava com tamanhos números e uma vitória tão esmagadora de Villas-Boas, com quase 80% dos votos, o que veio a confirmar que Pinto da Costa e a equipa que o acompanhava fez mal o trabalho de casa e desvalorizou em demasia o outro candidato. É sempre mais fácil fazer o Totobola à segunda-feira, mas os sinais estavam à vista e um dos momentos onde Pinto da Costa começou a perder grande parte da fiel legião de adeptos aconteceu na famigerada assembleia-geral, onde alguns sócios foram intimidados, pressionados e agredidos. O resultado do ato eleitoral demonstrou que, afinal, não há intocáveis, o que é bom para uma democracia que completa 50 anos. É também um grande (e bom alerta) para quem pensa que constrói tudo sozinho e que tudo à volta é apenas acessório. Dito isto, ninguém de boa-fé ou perfeito juízo pode minimizar o trajeto de Pinto da Costa à frente do F. C. Porto, onde conquistou tudo que havia para ganhar e tornou o dragão numa referência a nível mundial. Será sempre o presidente dos presidentes, como chegou a dizer Villas-Boas na campanha eleitoral.
Das urnas para as quatro linhas, onde a bola verdadeiramente rola, podemos ter campeão no sofá neste domingo, mas acredito que os jogadores do Sporting até preferem ser campeões no relvado, na próxima jornada, com o Estoril. A três rondas do fim e com mais que uma mão no título, é justo, desde já, reconhecer que este Sporting, de Ruben Amorim, foi a melhor equipa da Liga. O sueco Gyokeres será sempre uma das fotos de capa, mas, para mim, Pedro Gonçalves é o melhor jogador do campeonato.
*Editor-adjunto