Esqueçam os euros. O que está a dar é "tokens". Já tive uns quantos quando tinha tempo para jogar "Top Eleven" e o Toni, do Bayern Monchique, de certeza que tem milhares no popular jogo do Facebook.
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Foi o António que me despertou para a moeda virtual e para o entretenimento de construir uma equipa capaz de lutar por todos os títulos no Mundo, enquanto cozinhava um bacalhau com natas. Seguramente, estaria longe de imaginar que, um dia, um menino chamado Lionel Messi iria receber, de verdade, um prémio de assinatura em "tokens".
Um camião de "fan tokens" do PSG, neste caso, para ser exato. Algo que, para além de lhe proporcionar uma percentagem nos negócios do clube, também lhe dá poder de decisão em ítens como a escolha do equipamento, o design do autocarro ou até a música do estádio. E a coisa só vai no início. Não faltará muito para pagar as contas do supermercado com "tokens" do F. C. Porto, Benfica ou Sporting. Por cá, apenas o Estrela da Amadora já aderiu à moda.
A ficção transportou-se para a realidade e é mais um adorno na "novela" Messi, que por estes dias agita o mundo da bola, com todas as questões que levanta, concretamente o fair-play financeiro, que todos falam mas ninguém entende. E nem a própria UEFA acredita nas regras, quando é praticamente obrigada a ser conivente com as estratégias dos clubes liderados por magnatas russos ou sheiks árabes.
Nesta equação, toda ela dramática, assistimos ainda ao choro de Lionel, que disse ter feito tudo para seguir na Catalunha, tal como o clube. Uma narrativa mal contada, pois o romance há muito que se tinha tornado numa paz podre. Foi coisa de dias, pois na chegada a Paris, já com o contrato de 40 milhões no bolso, e o extra dos "tokens", o argentino parecia outro.
Pior está o Ronaldo, que terá de demolir a marquise. Neste caso, nem os "tokens" valem ao craque português. Uma injustiça.
*Editor-adjunto