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Dar colo é uma arte. Acalma, sossega e incentiva. Bruno Lage está de regresso à Luz e se há coisa de que não se pode queixar é de colinho. João Félix, Rafa, Grimaldo, Jonas e Seferovic, pelo menos estes, vieram a público elogiar as capacidades do treinador e validar o regresso à Luz. Por norma inacessíveis, estes jogadores (pode ter-me escapado mais algum) disponibilizaram-se para deixar mensagens de apoio ao técnico que os orientou há quatro/cinco anos. Só pode ter sido uma coincidência, naturalmente, pois dificilmente haverá uma máquina comunicacional que embale um treinador até determinado lugar... A verdade é que o empurrão funcionou e Lage regressa à casa onde começou a treinar jovens talentos, de 10 anos.
Lage, como diz Rui Costa, é a opção mais fácil e segura. Não entusiasma, mas merece, indiscutivelmente, o benefício da dúvida, pela competência e pelo que fez, em 2018/19, quando conduziu o Benfica ao título. Seguiram-se experiências bem menos sucedidas, mas a qualidade, pelo que me contam, é indiscutível. Só falta ali um golpe de asa, mas isso é o que faz a diferença entre os bons e os especiais.
Em termos mediáticos, mas também pelas valências que dariam aos encarnados, seria bem mais excitante ver um Sérgio Conceição ou um Abel Ferreira no banco do Benfica. O cenário, pelo menos, foi equacionado por muita gente. E a história mostra-nos que, no futebol, tudo é possível.
Não dá para ignorar os 900 golos de Ronaldo. Bem sei que para alguns é fastidioso e a seleção até voltou a ganhar, o que também não agrada a todos, mas o homem, aos 39 anos, está aí de pedra e cal, depois de um Euro em que ficou a seco, mas esteve longe de ser o único culpado. Por mim, tem lugar no Mundial 2026, tal como teria Pepe, se não tivesse pendurado as botas. A homenagem da Federação foi bonita. Falta a do F. C. Porto, se o ex-jogador atender o telefone...
*Editor-adjunto