Não confundir com Fénix, que, segundo reza a lenda, era um pássaro que quando morria entrava em autocombustão e renascia, ainda mais forte, das cinzas. Se calhar, é mesmo isso que Félix, o menino português do Atlético de Madrid, o tal que custou 126 milhões, precisa para recuperar o brilho na carreira e no olhar.
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Puxo a fita atrás da semana de Champions League e fica-me a imagem de um Félix apático, monocórdico, estranhamente cansado, desmotivado, e outros adjetivos pouco simpáticos no reencontro com o F. C. Porto. Ninguém deu por ele no Europeu, acusou problemas físicos, e segundo Simeone fez a pré-época a recuperar, procurando, neste momento, a melhor condição física. Nada a dizer relativamente a questões de saúde, mas, mesmo correndo o risco de ser injusto, não me recordo de exibições de sonho do jovem jogador português desde que chegou a Madrid. Independentemente de já se ter sagrado campeão espanhol. A verdade é que deixa, muitas vezes, a sensação que fica aquém, tendo em conta o potencial e que o demonstrou em apenas seis meses no Benfica, que fizeram dele o novo menino bonito da Luz na conquista do último título, em 2018/19.
Não sei se o problema é só dele ou do contexto em que está inserido, num Atlético de amarras apertadas e faca nos dentes, como Simeone gosta. Na altura da transferência, muitos especialistas da bola alertaram para o caso e o tempo começa a dar alguma razão. Olho para Félix e vejo um jogador infeliz. Pode ser que o jogador leia a nota e faça já um "hat-trick" neste fim de semana. Era algo típico.
Da primeira jornada europeia, o saldo é escasso mas normal. F. C. Porto com ADN Champions a correr nas veias a sair de Madrid com um empate que até podia ter sido algo mais, Benfica a somar um pontinho em Kiev, e o Sporting, desmembrado na defesa e inexperiente na elite, a levar uma tareia do Ajax. Ao Braga faltou uma estrelinha vermelha.
Editor-adjunto