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O recente caso das alterações à Lei da imigração é um excelente exemplo da forma como o espírito cooperante e dialogante, designadamente entre o Governo e o futebol profissional, podem contribuir para a resolução célere e eficaz de problemas, antes que os mesmos atinjam uma incontrolável e desnecessária dimensão.
Constando-se que as novas regras legais impostas estavam a provocar uma situação de bloqueio em matéria de contratação de jogadores estrangeiros, cedo existiu a necessidade de atalhar caminho rumo a uma solução que rapidamente pudesse atender às especificidades do setor e tranquilizar os clubes em pleno processo de elaboração dos plantéis para a nova época.
A solução encontrada, por via da celebração de um protocolo que agiliza procedimentos para a concessão de autorização de residência a atletas e treinadores profissionais (estes últimos, salvaguardados por sugestão da Liga Portugal), permite agora mitigar, de imediato, o efeito dos constrangimentos provocados.
Realce, por um lado, para a forma como desde o primeiro momento o organismo liderado por Pedro Proença alertou para o problema e procurou o melhor caminho para desatar um nó que, a manter-se, iria causar, já no curto prazo, prejuízos incalculáveis para a capacidade competitiva dos nossos clubes, sobretudo nas provas internacionais. Por outro lado, destaque para a abertura que, em todos os momentos, foi revelada pelo Governo para dialogar e contribuir para um desfecho compatível com as necessidades do futebol profissional e com a sua incontornável significância económica e social.
O esforço conjunto e a boa vontade revelada por ambas as partes na mesa das negociações formam um alicerce seguro nas relações de cooperação que se desejam entre o futebol profissional e o Executivo, com vista à resolução de outras matérias que, de igual ou superior relevância, estão intimamente ligadas à competitividade do futebol profissional e que, seguramente, mais cedo ou mais tarde, terão de ser revisitadas.