Domingos de AndradeO sumo dos liberaisNa sequência da saída de Cotrim Figueiredo da liderança, a Iniciativa Liberal tratou de organizar o seu processo eleitoral. A votação, a primeira da história da IL com alternativas, culminou com a eleição de Rui Rocha, empossado no congresso que se realizou no passado fim de semana.
Domingos de AndradeA matemática do poderFoi Teófilo Braga quem trouxe para a vida pública o conceito de ética republicana. Nas suas várias dissertações, recorreu ao esplendor da democracia ateniense, ou da "res publica" romana, para contrastar com o obscurantismo das monarquias anteriores.
Domingos de AndradeUm espinho na DemocraciaEsta semana o país foi brindado com mais um caso de alegada corrupção por parte da classe política.
Domingos de AndradeA quedaA maioria absoluta de António Costa teve um início singular, precisamente porque não começou no início. Começou sete anos depois de o Partido Socialista ter desenhado o acordo parlamentar que lhe abriu as portas de São Bento, em 2015.
Domingos de AndradeO diabo não guinchaNum tempo de celebração natalícia, a classe política já não discute a presença do diabo. Parece ter desistido de fazer graçolas ou trocadilhos. Mas não se fala do que não se gosta. E as famílias já sentem a sua presença. Os especialistas chamam-lhe "ansiedade da fatura" do fim do mês, que nunca se sabe que valor vai atingir, no gás, na luz, nos produtos básicos.
Domingos de AndradeO centro da eutanásiaO presidente da República é imensas coisas. Uma é ser assumidamente católico.
Domingos de AndradeA eutanásia de quem quer governarApós sete anos de avanços e recuos processuais, a despenalização da morte medicamente assistida foi ontem aprovada no Parlamento em sede de Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.
Domingos de AndradeO cisma da bolaÉ verdade, irónico, triste, mas factual: a "Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão" foi escrita em língua francesa e assinada em Versalhes em 1789. O documento resume o legado mais visível e intemporal dos valores que a revolução do Iluminismo ainda hoje projeta: o fruto embrionário da "Declaração Universal dos Direitos Humanos", aprovada pelas Nações Unidas em 1948.
Domingos de AndradeA culinária política portuguesaHouve um cocktail. Um jantar. Um almoço. E um lanche.
Domingos de AndradeO próximo PCPEntre a queda do Muro de Berlim (1989) e o colapso da URSS (1991), os comunistas viram desabar o modelo aspiracional de desenvolvimento que sempre propuseram aos portugueses. A partir daí, um dilema foi instalado.
Domingos de AndradeA ginga de BolsonaroA eleição presidencial brasileira traduziu-se num exercício político de rejeição. A vitória eleitoral caiu para o candidato menos rejeitado e não para quem mais mobilizou, ou que gerou mais adesão. E do mapa eleitoral resultou um vencedor claro: Lula da Silva. E um derrotado sem margem para dúvidas: Jair Bolsonaro. Mas sobretudo um país dividido. Jair venceu em 14 estados e Lula em 13. Em 118 milhões de brasileiros que foram às urnas, dois milhões fizeram a diferença entre quem ganhou e quem perdeu, numa eleição com seis milhões de votos invalidados.
Domingos de AndradeO Louçã que há em CotrimO Bloco de Esquerda entra no Parlamento em 1999 com a eleição de dois deputados: Francisco Louçã é um deles e torna-se, durante mais de uma década, o rosto da nova Esquerda portuguesa. Seis anos depois, o BE elege oito deputados.
Domingos de AndradeA jornada orçamental de MontenegroDepois de dias incessantes da operação de monopolização do espaço mediático pelo Governo para apresentar e reapresentar o Orçamento do Estado para 2023, o PSD organizou as suas jornadas parlamentares para sintetizar o que pensa sobre a proposta do PS.
Domingos de AndradeO Orçamento e a políticaUm Orçamento é, bem mais do que um instrumento financeiro, o espelho de um conjunto de opções políticas. E estas dependem de uma avaliação de previsões, de constrangimentos e de possibilidades.
Domingos de AndradeA paisagem da incertezaTudo o que é hoje vida política do país significa incerteza para os portugueses.
Domingos de AndradeLuzes de um aeroportoTodos percebemos que o ministro Pedro Nuno Santos quis ser o socialista da ação, e assumiu-o, quando aprovou o decreto sobre a localização do novo aeroporto, investimento que havia andado pendurado pela indecisão da liderança política quase uma década, fora os anos que estão para trás.
Domingos de AndradeMarcelo nuclearHá três indicadores claros no discurso do presidente da República que revelam, mais do que um estado de magistratura de influência, um estado de preocupante alerta.
Domingos de AndradeOnde é que pára o Diabo?O posicionamento político do PS desde que António Costa é primeiro-ministro assentou em duas propostas simultâneas: devolver rendimento às pessoas e manter contas públicas em ordem. O propósito seria dizer que é possível fazer diferente da Direita, ou seja: oferecer felicidade como a Esquerda gosta e rigor financeiro que era a marca de água da Direita.
Domingos de AndradeUm tiro imprudenteSe houve, ao longo dos últimos anos, capital político conquistado pelo Partido Socialista foi o da confiança dos reformados e pensionistas, eleitores que fugiram do PSD depois dos cortes impostos pela troika. São esses, como o provam os atos eleitorais desde 2015, que têm garantido as vitórias folgadas a António Costa.
Domingos de AndradeUma morte anunciadaA demissão de Marta Temido não é causa de coisa alguma. É o resultado do colapso do Serviço Nacional de Saúde. E de uma política sem políticas para o pilar do Estado social do nosso país, que é uma construção emblemática da Democracia portuguesa.
Domingos de AndradeOlhar para trásPercorrer por estes dias o fio da história do desastre de Chernobyl na série que passa diariamente na RTP 3, ou revisitar a tragédia na reconstituição apresentada pela HBO em 2019, é convocar a inquietude da fragilidade dos dias que vivemos.
Domingos de AndradeUma rentrée à DireitaA rentrée que marcou a oposição à direita do PS foi a ida de Pedro Passos Coelho ao Pontal. Não fica a memória de uma medida, ou sequer de uma declaração mais forte da Oposição. Não por não terem existido, porque as houve. E a questão que se coloca é qual terá sido a intenção, ou as intenções, do ex-primeiro-ministro?
Domingos de AndradeO estado da nação em fériasAntónio Costa vai de férias com receitas extraordinárias maiores do que as de 2019. E muito à custa do IVA. O crescimento da receita fiscal em 28,1% vem dos bolsos dos portugueses e dos que estão a pagar a mais, sobretudo pela conta do supermercado. E é por isso que o país fica a olhar para o fim das férias sabendo que o contexto é tudo menos favorável. O primeiro-ministro prometeu um pacote de medidas para as famílias e empresas já em setembro. E ninguém vai compreender que o vigor com que vier da época balnear não seja acompanhado de apoios robustos, e não apenas de medidas pontuais e tímidas. Porque de substancial temos tido pouco.
Domingos de AndradeE porque não se demite?Há na política, portuguesa e europeia, uma permanente desresponsabilização quando a inação, ou a ação errada, tem consequências graves para as pessoas, encontrando bodes expiatórios em acontecimentos externos. A guerra na Ucrânia é um desses casos de passa-culpas da inflação, que come o salário dos portugueses a uma velocidade vertiginosa. Segue um drama em três atos.
Domingos de AndradeRelato da resignaçãoOs incêndios são o mais velho conto de verão. Fazem parte dos dias quentes, das férias. Banalizam-se. Até ao momento em que nos entram pela casa dentro, e nos revelam toda a sua tragédia, castigando um país assimétrico, litoralizado, enfeudado na resignação.