Estudo recomenda reforço de estruturas em Famalicão por "anomalias relevantes, fendas e deformações". Junta diz não ter dinheiro para as obras.
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O risco de derrocada dos muros do cemitério de Riba de ave é um problema conhecido pela Junta e pela Câmara de Famalicão, que até encomendou, há um ano, um estudo sobre o assunto à Universidade do Minho. O diagnóstico feito pelos especialistas recomendou uma intervenção antes do inverno de 2021, o que não aconteceu.
Além das "anomalias estruturais", o estudo detetou ainda que o "pavimento e as sepulturas, localizadas junto aos muros em estudo, apresentam assentamentos verticais e dano", sendo que também o sistema de drenagem de águas pluviais "apresenta anomalias que condicionam a sua eficiência". "Recomenda-se efetuar uma intervenção de reparação, consolidação e reforço dos muros e do sistema de drenagem de águas pluviais do cemitério", lê-se no documento.
Cerca de 238 mil euros
A Junta diz não ter verba para fazer a obra orçada em cerca de 238 mil euros. "Neste momento a Junta não tem verba para suportar a obra, porque temos dívidas. Vamos ter de nos sentar com a Câmara para chegar a uma solução", adiantou ao JN a presidente de Junta, Cláudia Araújo. "É um assunto que me preocupa muito. É um perigo evidente", afirmou.
O assunto foi levantado na última reunião do executivo camarário pelos vereadores socialistas, a quem o presidente da autarquia, Mário Passos, mostrou disponibilidade para apoiar a intervenção necessária nos muros.
Segundo disse, os regulamentos permitem que a Câmara atribua um montante máximo de 150 mil euros à Junta. Acrescentou, porém, que o departamento jurídico está a avaliar a possibilidade de reforçar o valor e que a Câmara aguarda que a Junta diga quanto pode disponibilizar para a obra.