A investigação da GNR aos acidentes da A25, em Talhadas, Sever do Vouga, considera improvável que o segundo sinistro tenha sido provocado por uma viatura que teria galgado o separador após ser envolver na primeira colisão.
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"A hipótese foi levantada por um testemunho recolhido pela Comunicação Social e temos de a explorar, mas acho difícil que isso tenha acontecido", disse à Lusa o comandante em exercício do Destacamento de Trânsito da GNR de Aveiro, Vasco Dias.
Os acidentes de segunda-feira, que envolveram mais de 50 viaturas e provocaram cinco mortos e mais de 70 feridos, estão a ser investigados pelo Núcleo de Investigação Criminal de Acidentes de Viação (NICAV) daquele destacamento.
"Acho difícil essa hipótese até porque os dois acidentes ocorreram a uma distância de 600 metros", enfatizou o oficial do Destacamento de Trânsito.
O primeiro acidente registou-se ao quilómetro 45, no sentido Aveiro-Vilar Formoso, e o segundo, ao quilómetro 45,6, em sentido inverso.
"Não haver vítimas mortais nessa suposta viatura é difícil. Mas, como disse, é sempre uma informação que temos de explorar", acrescentou.
Na opinião "pessoal" e "numa primeira análise", o comandante crê que os acidentes terão resultado da conjugação das condições atmosféricas adversas - marcadas por chuva e denso nevoeiro - com o comportamento dos condutores, "que continuam a circular à mesma velocidade independentemente das conduções meteorológicas ou da visibilidade".
Para já, as equipas do NICAV no terreno a inspeccionar todas as viaturas e relacioná-las com os proprietários e condutores.
"Inquirições formais, ainda não fizemos", esclareceu, explicando que o NICAV deverá iniciá-las na próxima semana.
Vasco Dias considerou que se trata de uma tarefa morosa, já que é preciso ouvir os 53 condutores, demais ocupantes e supostas testemunhas, ademais que muitas das testemunhas serão pessoas que residem fora do distrito de Aveiro.
"Estamos a falar de uma demora de meses", admitiu.
De momento, o NICAV está a tratar o sucedido como dois acidentes distintos, mas poderá haver uma junção dos processos, "caso se descubra que foi algo mais do que uma coincidência".
Com estas investigações, o NICAV pretende reconstituir os dois acidentes, apurando a origem e eventuais responsabilidades.
O titular do inquérito é o Ministério Público de Sever do Vouga, funcionando o NICAV como órgão de polícia criminal que apoia o procurador.