O abate de árvores levado a cabo pela Câmara de Santo Tirso há cerca de uma semana, na Avenida Soeiro Mendes da Maia, entre a Escola S. Rosendo e o Mosteiro de S. Bento, está a causar polémica, com os partidos da Oposição a condenarem a medida, exigindo justificações à Autarquia.
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Em comunicado, o PSD afirma que "a Câmara assassina árvores históricas da cidade" e denuncia que, "a pretexto da intervenção na via de acesso à rotunda da igreja, a Câmara permitiu o corte pelo pé das árvores da espécie "melia azedarach", também conhecidas como mélias".
Ao JN, o líder da concelhia "laranja" refere que, em junho, os vereadores do PSD votaram contra os trabalhos complementares relativos à "Empreitada de adaptação dos espaços públicos da cidade de Santo Tirso para implementação do PMUS [Plano de Mobilidade Urbana Sustentável]", questionando, na declaração de voto, sobre a necessidade de promover o abate das árvores e defendendo "uma ampla discussão pública" sobre a matéria.
"Votamos contra porque não temos um parecer que elucide sobre as razões do abate das árvores, que, aparentemente, estavam em bom estado. A Câmara menciona um parecer que não nos foi facultado", aponta Ricardo Pereira, lembrando que, "o projeto da Câmara [para a empreitada] só referia o abate de árvores numa das margens da estrada", pelo que o corte ocorrido nos dois lados da rua "foi uma surpresa".
No mesmo sentido, também o Bloco de Esquerda reagiu à atuação da Autarquia, lembrando que "o PMUS propunha somente a eliminação da arborização no passeio poente, permitindo o alargamento da faixa de rodagem para que possa ser estabelecida uma terceira via central de sentido descendente para viragem à esquerda para a Via Panorâmica".
A coordenadora concelhia do BE, Ana Isabel Silva, questionou a Câmara sobre a medida, e pede que seja feita a "divulgação pública das justificações e pareceres técnicos, por parte do Município, para o abate de árvores em toda a extensão da rua e exige, neste caso, a substituição célere dos troncos por árvores adequadas e de semelhante porte/envergadura".
A Câmara esclarece que "foram abatidas cerca de 20 árvores no âmbito da obra [do PMUS] e na sequência de uma avaliação fitossanitária e estrutural das árvores, cujo resultado recomendou o abate das mesmas devido à existência de risco para a segurança de pessoas e bens". No esclarecimento enviado ao JN, a Autarquia adianta que "a obra atualmente em curso prevê a substituição das árvores abatidas", e garante que "o número de árvores na Avenida Soeiro Mendes da Maia será duplicado". Assegura ainda que "o total de árvores existentes nas ruas e avenidas abrangidas pelo projeto [de adaptação ao PMUS] irá crescer de cerca de 150 para 211".