Adega Cooperativa de Vila Real: "Temos todas as continhas acertadas com os sócios"
Adega Cooperativa de Vila Real orgulha-se de ter boa saúde financeira e espera uma vindima normal.
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No meio de um cenário dramático para muitas das adegas cooperativas do país, há casos tranquilos. A Adega Cooperativa de Vila Real iniciou a vindima com capacidade para receber as uvas dos mais de 1800 sócios, com os stocks controlados e necessários ao envelhecimento dos vinhos que comercializa, e sem dívidas.
Por não andar tão preocupado como os homólogos de outros concelhos e regiões vitícolas portuguesas, o presidente da cooperativa, Jaime Borges, espera uma "vindima semelhante a muitas outras" e "sem constrangimentos".
A adega ampliou, este ano, a capacidade de armazenamento. Justifica-se pelo "aumento da produção", nomeadamente, como resultado da reconversão de vinhas. A política seguida é a de "produzir vinhos bons" e, "se forem muito bons, melhor", mas a "preços agradáveis para a carteira de toda a gente". Este desejo é conseguido graças à dimensão, já que a adega produz "entre oito e nove milhões de litros anualmente".
Nem sempre consegue vender tudo, mas Jaime Borges não se preocupa com isso, já que o que fica em stock permite "fazer vinhos reservas e grandes reservas que geram mais rendimento para a cooperativa".
"A maior parte do que estamos a vender ainda é da vindima de 2021", realça Jaime Borges, que não pretende alterar a estratégia. Defende o estágio dos vinhos durante algum tempo para terem mais qualidade.
Não aceitam mais sócios
O dirigente diz orgulhar-se do caminho seguido pela sua direção, uma vez que "a adega tem todas as continhas acertadas com os sócios" e, "por norma, as vindimas são pagas antes do Natal". Em suma, "não deve nada nem a sócios, nem a ninguém", "paga as colheitas a um preço acima da média por pipa e sempre com capitais próprios, sem recurso a financiamento bancário".
Apesar da boa saúde, a Adega Cooperativa de Vila Real não está a aceitar mais sócios. Porque "tem de haver um equilíbrio entre a produção e as vendas". E "se abrisse a porta a mais entradas, tinha aqui o vinho todo do Douro", prevê Jaime Borges.