Seiscentos testes por dia. É esta a capacidade instalada no concelho de Braga, dividida pelo hospital local (200), pela Escola de Medicina da UMinho (200), pelo Centro de Triagem municipal (150) e pelo centro do ACES do Cávado (50 a 60), agora instalado junto ao Centro de Saúde do Carandá.
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A Unidade de Saúde Pública está a fazer vigilância ativa a 406 pessoas, que contactaram com infetados.
O presidente do Município, Ricardo Rio, adiantou esta quarta-feira ao JN que o Agrupamento de Centros de Saúde ACES - Cávado 1, que opera em Braga, vai assumir, a partir desta quarta-feira, em parceria com a Escola de Medicina, a realização de testes em todos os lares do concelho, a utentes ou funcionários com sintomas de Covid-19 ou que estiveram, em quarentena profilática, por precaução.
A decisão saiu de uma reunião, na manhã desta quarta-feira, na Câmara, em que participaram, ainda, a Autoridade de saúde, a Universidade do Minho, a Cruz Vermelho e a Direção do ACES.
Os restantes testes à população serão feitos pelo Hospital (que se ocupa, também, dos profissionais de saúde), pelo Centro de Triagem municipal e pelo Instituto de Medicina Molecular, através da Cruz Vermelha local.
A Universidade está, no entanto, a receber amostras de outros concelhos, como é o caso de Famalicão, entre outros. "Estamos agora em condições de fazer testes a todos os que precisem", disse o autarca.
Unidade vigilante
O combate à pandemia em Braga, o quinto concelho mais afetado no país, passa, também, pela Unidade de Saúde Pública, que, de forma discreta, faz o trabalho de «sapa», intervindo no terreno.
O delegado de Saúde, João Manuel Cruz revelou ao JN que tem uma equipa técnica a fazer a chamada «vigilância ativa» a 406 pessoas, que contactaram com pessoas infetadas com o vírus. Através de entrevistas aos doentes, a Unidade contacta as pessoas que com ele conviveram e remete-as para quarentena. Nos 14 dias seguintes, a equipa contacta, dia sim dia não, essas pessoas, registando a sua evolução de saúde e de bem estar: "se houver qualquer sintoma vai logo fazer testes", explicam.
Em Braga - diz o médico - a curva sanitária corre em paralelo com a que se verifica no país.
A Unidade de Saúde Pública atua, ainda, em lares de idosos, como sucedeu com os 16 onde se registou a presença da doença, quer em utentes quer em profissionais. Aí impõe as regras de confinamento obrigatório, a separação dos profissionais por turnos (de sete a 14 dias, 24 horas por dia), e a divisão dos edifícios em alas estanques, para utentes infetados, não infetados e funcionários.
A Câmara providencia, ainda, alojamento para profissionais dos lares que necessitem de alojamento, usando para tal o Hotel do Lago, no Bom Jesus.