Paisagem protegida de Bertiandos é o cenário de uma série que retrata uma história de tráfico de droga.
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No coração da área protegida de Ponte de Lima, a aldeia de Bertiandos fez-se passar pela selva amazónica, no Brasil, para a rodagem da série "Operação Maré Negra", uma coprodução luso-espanhola.
A pacatez da aldeia foi interrompida pela agitação de perseguições de carros e tiros entre traficantes. Simula-se a selva de Manaus, no noroeste brasileiro, e um estaleiro clandestino que construiu um submarino artesanal de 21 metros de comprimento e uma tonelada de peso para transportar três toneladas de droga da América do Sul para a Europa.
Baseada na história real de um submarino carregado de droga, que em 2019 passou por Portugal e foi intercetado na Galiza, "Operação Maré Negra" foi apresentada como "a primeira coprodução luso-espanhola" para a Amazon Prime.
A aldeia de Bertiandos "encantou" o realizador espanhol Oskar Santos "pelas zonas planas, ideais para as perseguições automóveis e pela vegetação frondosa".
No meio da mata, paisagem protegida das lagoas de Bertiandos e S. Pedro d"Arcos foram montados os acampamentos dos trabalhadores do estaleiro, peça essencial da odisseia.
A maior dificuldade que o realizador encontrou foi rodar as cenas com o submarino que, na vida real, foi construído para a ficção, em Ferrol, na Galiza.
A coprodução luso-espanhola andou, com a logística às costas, entre Ponte de Lima, Viana do Castelo e Ponte da Barca, Porto, Gaia e Águeda para conseguir gravar o segundo episódio da série, em busca de espaços parecidos com a floresta considerada o "pulmão do Mundo".
Bertiandos foi cenário da viagem do submarino que partiu de Manaus, carregado de droga. No interior, três homens sobrevivem à odisseia transatlântica recheada de tormentas, correntes, avarias, fome, discussões e a uma constante pressão policial até ao abandono junto a uma praia em Aldán, Cangas de Morrazo, na Galiza.
O quartel-general da equipa de filmagens, de mais de 80 pessoas, instala-se em terrenos junto à igreja de Bertiandos, ponto de partida para a ação, uns metros largos à frente, no meio do mato, onde são filmadas quatro cenas por dia.
O vaivém entre a base e o "set" é monitorizado pela GNR, que garante o trânsito e gere a curiosidade de quem passa na zona, local de caminhadas e passeios.