Uma aluna de 10 anos terá sido violentamente agredida no recreio, por um colega da mesma idade, na EB2,3 Marco, no concelho de Marco de Canaveses. Pela descrição da encarregada de educação da vítima, a filha está a ser alvo de bullying (violência psicológica e/ou física) sem que a escola atue com a prontidão desejada. A escola, contudo, fala em ato isolado, negando tratar-se de bullying. E abriu um inquérito.
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A aluna, Maria (nome fictício), terá sido agredida no passado dia 24 de abril. O rapaz, José (nome fictício), de outra turma, terá partido uma raquete na cabeça da rapariga. Não satisfeito, ainda terá usado uma segunda raquete para continuar a agressão, que terminaria com o miúdo a puxar o cabelo (no caso, uma trança) a Maria, atirando-a ao chão e pontapeando-a, repetidamente, na barriga.
A agressão terá começado quando o rapaz acusou a rapariga de ter apelidado a mãe de prostituta, facto que terá sido desmentido pelas testemunhas arroladas para a participação disciplinar entretanto efetuada.
A encarregada de educação da vítima, Fernanda Guedes, só soube da agressão ao final da tarde. Na véspera, segundo relata, a filha já tinha sido agredida pelo mesmo rapaz. Aliás, pelo que conta, Maria tem sido perseguida por José desde os tempos do infantário da Barroca, na freguesia de Rio de Galinhas.
Já tinham sido separados
A progenitora não encontra explicação para o sucedido, pedindo apenas que a filha seja colocada a salvo do instinto agressivo do rapaz.
Refira-se que a escola já os havia separado, colocando-os em turmas diferentes, mas pelos vistos a medida revelou-se insuficiente.
No relatório feito pelo médico da Urgência do Centro de Saúde, é referido, entre outros, que a menina está "psicologicamente amedrontada".
Ambos as crianças têm acompanhamento médico devido a hiperatividade. "Já passou mais de um mês e ninguém faz nada?", interroga Fernanda Guedes.
Refira-se que a EB2,3 Marco tem sobrelotação de estudantes, o que dificulta a gestão, sendo que a cada passo são registados incidentes com alguma gravidade.
Escola não suspende aluno
Apesar de agressão ter ocorrido há cerca de mês e meio, a escola ainda não decidiu se vai ou não agir contra o alegado agressor.
"Está a decorrer o inquérito, tenho de aguardar," argumentou, ao JN, o diretor da EB2,3 Marco, Alberto Tavares, admitindo a morosidade do processo. Para o responsável, não há lugar à suspensão preventiva do aluno. O JN apurou, entretanto, que ambos os alunos são hiperativos.
O que é o bullying?
Bullying é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas. Segundo especialistas, o bullying pode ocorrer em qualquer contexto social.
Que consequências pode ter?
O que, à primeira vista, pode parecer um simples apelido inofensivo pode afetar emocional e fisicamente o alvo da ofensa de tal maneira que ele opte por soluções extremas, como o suicídio.