A Área Metropolitana do Porto (AMP) acredita que pode recuperar o projeto de requalificação da Estrada da Circunvalação, apresentado em 2017, a partir de programas de financiamento europeus para mobilidade sustentável, apesar de considerar que o metro é a prioridade. À data, as obras na Circunvalação custariam 100 milhões de euros, valor que estará já ultrapassado.
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A possibilidade existe, mas "a AMP tem que ter prioridades". O presidente do Conselho Metropolitano do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues, nota que o investimento de 100 milhões de euros, calculado em 2017 estarão "completamente ultrapassados". Por isso, o também autarca de Gaia calcula que "o valor que está em causa" poderá ser o equivalente ao da linha de metro para a Trofa.
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A Estrada da Circunvalação atravessa os municípios do Porto, Maia, Matosinhos e Gondomar, sendo que apenas um quilómetro na Maia já pertence à autarquia. "No âmbito da descentralização, a Infraestruturas de Portugal (IP) falou com os municípios por onde passa a Circunvalação, mas tem que vir algum cheque", justifica-se o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira. "O valor que queria mandar era de dezenas de milhares de euros", critica o autarca.
Metrobus "para servir toda a AMP"
Já o presidente da Câmara da Maia, António Silva Tiago, nota que com o estudo que já existe "é possível lançar um concurso público internacional, apresentar um preço, e fazer a obra em quatro anos". Para Silva Tiago, o projeto deveria integrar um modelo de metrobus "para servir toda a AMP em termos de mobilidade".
"A AMP pode e deve ter tudo em carteira, mas tem que ter prioridades. Neste momento parece-me muito claro que a prioridade do ponto de vista da mobilidade é o metro, para que também possa ser honesta a afirmação de que queremos as quatro linhas. Porque se não, queremos tudo e no fim não temos prioridades", clarifica Eduardo Vítor Rodrigues.
"Quero acreditar que vamos ser capazes de revisitar o projeto e aproveitar um novo conceito que em Bruxelas está a ser utilizado para a revitalização das cidades, que é o conceito das 'Green Streets' ", indica. Trata-se de "uma reformulação integral do modelo de rodovia", com estruturas essencialmente pedonais e por "onde passam carros de forma muito regrada".
"Vamos revisitar o projeto"
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"Foi por isso que a AMP entendeu abrir em Bruxelas um gabinete para pesquisar e estar por dentro de uma série de fundos que não passam por Portugal, mas que são geridos a partir de lá. O que temos de fazer é encontrar formas alternativas de financiamento. Vamos revisitar o projeto e tentaremos adequá-lo a financiamentos. Se por alguma razão houver dinheiro que sobre do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ou do PT 2030, ele será bem vindo, mas do ponto de vista das prioridades, quer para a Maia, quer para Matosinhos, acho que é mesmo evidente que são as duas linhas de metro", nota o presidente do Conselho Metropolitano do Porto.